Câncer de colo de útero mata 265 mil mulheres por ano no mundo
O câncer do colo do útero é responsável por 265 mil óbitos por ano no mundo. No Brasil, mais de 5 mil mulheres morrem todos os anos por causa da patologia.
A doença tem desenvolvimento lento, evoluindo para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados.
De acordo com Cintia Pereira, ginecologista do Centro de Saúde da Mulher da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a prevenção é a principal arma de combate à doença.
Há duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do útero: o carcinoma epidermoide, tipo mais incidente e que acomete o epitélio escamoso (representa cerca de 90% dos casos), e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o epitélio glandular (cerca de 10% dos casos).
“Infelizmente, por ser um câncer que progride de maneira silenciosa, os sintomas aparecem quando a doença já está num estágio avançado. No Centro de Saúde da Mulher, é utilizada uma tecnologia de rastreamento desta patologia, que inclui pesquisa com a citologia líquida, captura híbrida de HPV [Papiloma Vírus Humano], colposcopia e vulvoscopia com biópsia nos casos suspeitos”, diz a especialista.
Todas as mulheres que têm ou já tiveram relação sexual devem fazer o exame preventivo anualmente, independentemente da idade.
Segundo a ginecologista, quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura são de 100%.
“Após o diagnóstico, o tratamento é multidisciplinar e pode envolver desde medicação adequada, cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Para cada caso, é estudada a melhor abordagem, podendo ser trabalhada junto com outras especialidades, como cardiologia, reumatologia, endocrinologia e psiquiatria”, explica Cintia.
O câncer do colo do útero é raro em mulheres até 30 anos e o pico de sua incidência se dá na faixa etária de 45 a 50 anos.
A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é de que sejam diagnosticados pelo menos 16 mil novos casos no Brasil somente em 2016.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo