A importância do pré-natal para uma gestação saudável

06 de março - 2017
Por: Equipe Coração & Vida

O pré-natal é o nome dado ao acompanhamento médico realizado pela mulher grávida. O objetivo é verificar mês a mês a evolução da gestação e identificar possíveis enfermidades, para que possam ser tratadas ou ao menos acompanhadas de perto pelo especialista.

A primeira etapa do acompanhamento é verificar como está a saúde da gestante e identificar possíveis enfermidades que possam comprometer a saúde da mãe e do bebê.

Foto: Shutterstock
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“O pré-natal tem por finalidade acompanhar o desenvolvimento fetal e rastrear possíveis anomalias materno-fetais. Além disso, durante as consultas, o obstetra orienta a gestante nos quesitos nutricional, atividade física e o mais importante que são as alterações fisiológicas que toda grávida irá apresentar durante os nove meses”, explica Luiz Fernando Leite, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana.

Na primeira consulta, assim que a gravidez é detectada, o médico conversa com a paciente para começar a traçar seu histórico médico, identificar condições pré-existentes e solicitar alguns exames essenciais para checar enfermidades que possam afetar a gestação, como anemia, toxoplasmose, sífilis, entre outras.

Algumas doenças podem estar presentes sem dar sinais e não apresentarem risco para a mulher quando a mesma não está grávida. No entanto, na gestção, pode ser danosa tanto para ela quando para a criança.

A infecção urinária é uma delas, pois nem sempre a infecção vem acompanhada de dor e outros sintomas. Quando não tratada, pode até mesmo ocasionar o nascimento prematuro do bebê.

“Durante a gestação são realizados exames de sangue e urina no início e no final para afastar possíveis afecções ou infecções e assim poder tratar tudo que for possível para diminuir a morbidade materno-fetal. Normalmente, as infecções bacterianas e/ou virais podem afetar o bebê. Cabe ao médico diagnosticar, orientar e tratar sempre que possível e, assim, diminuir os riscos, tanto para a mãe quanto para o bebê”, observa o obstetra.

A mulher grávida realiza, em média, uma consulta por mês com o obstetra até o sétimo mês de gestação, quando então os encontros passam a ser de 15 em 15 dias e no último mês, quando o parto está mais próximo, semanalmente.

O Ministério da Saúde recomenda que se inicie o pré-natal assim que a gravidez for constatada e que sejam feitas, pelo menos, seis consultas durante a gestação.

“O objetivo dos exames é detectar prováveis doenças que podem ser corrigidas, acompanhadas e evitadas”, alerta o especialista.

Confira a seguir os principais exames, as doenças que detectam e sua importância para a saúde materno-fetal:

Exame de sangue

O exame de sangue é pedido na primeira consulta e mostra como está a coagulação da gestante, sistema imunológico, se há infecções e possível anemia. Como aumenta a produção de sangue na gravidez, o ferro do organismo é diluído, aumentando a pré-disposição para anemia nas mulheres nessa etapa da vida.

Glicemia

O exame de glicemia de jejum mostra a quantidade de glicose presente no sangue e pode indicar diabetes gestacional quando as taxas estão acima do normal. Quando isso ocorre, a gravidez é considerada de maior risco e requer um acompanhamento médico mais atento para evitar problemas para o feto e para a mãe.

Sorologia para HIV, sífilis, rubéola e toxoplasmose

Os exames, todos de sangue, detectam se a paciente tem uma dessas doenças ou se já teve contato com o vírus, no caso da rubéola e da toxoplasmose.

Para HIV e sífilis, o exame é pedido para o casal, para eliminar suspeitas da doença e evitar contágio durante a gravidez. Caso seja constatado que a mulher é portadora de um dos vírus, é feito um acompanhamento diferenciado, com o objetivo de diminuir os riscos para a mãe e para o bebê. A sífilis, por exemplo, pode causar problemas no sistema nervoso central e coração do bebê, já o HIV traz danos para o sistema imunológico.

Para rubéola e toxoplasmose, o risco é contrair as doenças na gestação, que podem ocasionar em cegueira, surdez e complicações neurológicas para a criança no primeiro caso e sequela e malformação do feto quando em contato com o vírus da toxoplasmose.

Fator RH

Quando a mãe tem fator RH negativo e o feto RH positivo pode ocorrer eritoblastose fetal. Isso acontece no momento do parto, quando os sangues da mãe e do bebê entram em contato, apresentando riscos para uma gravidez futura. Para que isso não ocorra, é ministrado um medicamento algumas horas após o nascimento na mãe. Mães RH negativo devem fazer o teste no primeiro trimestre da gestação.

Exame de urina

Indica se há infecção urinária, mesmo quando a mulher não apresenta sintomas. Na gravidez, quando não tratada, a infecção pode se espalhar para os rins e causar nascimento prematuro do bebê, além de riscos para a saúde da mãe. Também é solicitado na primeira consulta.

Ultrassonografia

Um dos exames mais conhecidos da gravidez não serve apenas para os pais poderem ver o bebê dentro da barriga, ele identifica o desenvolvimento do feto, possíveis anomalias, idade gestacional, se há mais de um feto, entre outras funcionalidades. São normalmente solicitados 4 exames durante a gestação, podendo ser solicitados mais de acordo com a avaliação médica.

7 a 9 semanas – o primeiro exame é solicitado com o objetivo de avaliar se o feto está realmente dentro do útero, verificar os batimentos cardíacos do bebê e se a gestação é única ou múltipla (gêmeos, trigêmeos).

11 a 13 semanas – no ultrassom morfológico do 1º trimestre são avaliados os sinais vitais do bebê, como está o desenvolvimento e a translucência nucal, que podem indicar sinais de problemas genéticos, como a síndrome de Down.

24 semanas – o ultrassom morfológico do 2º trimestre é um exame detalhado para identificar o desenvolvimento dos órgãos do bebê, posição da placenta e a partir da 16ª semana já é possível ver também o sexo da criança.

28 a 32 semanas – o último ultrassom, o morfológico do 3º trimestre, busca verificar o tamanho do bebê, posição, quantidade de líquido amniótico, além da maturidade e posição da placenta.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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