1,6 milhão de imóveis brasileiros já foram identificados com focos do Aedes
Os agentes de saúde e militares das Forças Armadas identificaram, até agora, 1,6 milhão de imóveis brasileiros com focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika. Isso significa 3,36% do total de 59,6 milhões de imóveis percorridos.
Brasil já tem 641 casos confirmados de microcefalia
Mitos e verdades sobre zika e microcefalia
O número de imóveis vistoriados já representa 88,8% dos 67 milhões estimados em todo o Brasil.
Pernambuco foi a unidade que mais realizou idas a imóveis proporcionalmente, 187,2%, alcançando 5,3 milhões de estabelecimentos, além de 1,3 milhão de locais fechados ou com recusa de acesso. Rondônia vem logo atrás, com 166,3%, ou 789 mil. O estado contabilizou 56,2 mil imóveis fechados ou com recusa de acesso. Mato Grosso do Sul foi o terceiro em alcance percentual de imóveis, 121%, atingindo 1 milhão de unidades, com mais 231,5 mil fechadas ou com entradas impedidas.
Minas Gerais manteve-se na liderança dos estados com número absoluto de visitas. Foram 7,9 milhões de locais com ingresso de equipes, com cumprimento de 110,8% da meta estadual. Depois, São Paulo aparece com 6,2 milhões de estabelecimentos vistoriados (38,3%), e 2,7 milhões de fechados ou recusados.
Durante as visitas, os agentes procuram por focos, orientam os moradores à prevenção do mosquito e, ainda, aplicam larvicidas, quando necessário.
A dica é sempre adotar hábitos como armazenar lixo em sacos plásticos fechados, manter a caixa d’água vedada e não deixar água acumulada em calhas.
Também é importante encher com areia os pratinhos dos vasos de plantas e tratar a água de piscinas e espelhos d’água com cloro.
Últimos dados
O número de casos confirmados de microcefalia no Brasil aumentou 10% em uma semana, passando de 583 para 641, de acordo com boletim epidemiológico divulgado na terça-feira (1º) pelo Ministério da Saúde.
A pasta investiga outros 4.222 casos suspeitos e 1.046 já foram descartados. Ao todo, 5.909 casos suspeitos de microcefalia foram registrados no país até o dia 27 de fevereiro.
Também foram notificados 139 óbitos de bebês com microcefalia possivelmente relacionados ao vírus zika – 31 deles já confirmados. Outros 96 continuam em investigação e 12 já foram descartados.
A região Nordeste concentra 81% dos casos notificados, sendo que Pernambuco continua com o maior número de casos que permanecem em investigação (1.672), seguido por Bahia (817), Paraíba (810), Rio Grande do Norte (383), Ceará (352), Rio de Janeiro (261), Alagoas (222), Sergipe (192) e Maranhão (192).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência internacional de saúde pública por conta do vírus e sua possível associação com a microcefalia e síndromes neurológicas.
O alerta é emitido em casos extremos, como ocorreu com o vírus ebola, e ajuda a mobilizar recursos para o combate à doença.
Microcefalia
A microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal.
Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas, agentes biológicos infecciosos (bactérias, vírus e radiação), síndrome de Rett, envenenamento por mercúrio ou cobre, meningite, desnutrição, HIV materno, doenças metabólicas na mãe, como fenilcetonúria, e uso de medicamentos contra epilepsia, hepatite ou câncer nos primeiros 3 meses de gravidez.
A microcefalia pode ser classificada como primária, quando os ossos do crânio se fecham até os sete meses de gravidez, ocasionando mais complicações durante a vida; ou secundária, quando os ossos se fecham na fase final da gravidez ou após o nascimento do bebê.
As crianças com microcefalia podem apresentar atraso mental, déficit intelectual, paralisia, convulsões, epilepsia, autismo e rigidez dos músculos.
A doença é grave e não tem cura, e a criança pode precisar de cuidados por toda a vida, sendo dependente para comer, se mover e fazer suas necessidades, dependendo da gravidade da microcefalia.
Tratamento
Uma das possibilidades de tratamento é fazer uma cirurgia para separar ligeiramente os ossos do crânio, nos dois primeiros meses de vida, para evitar a compressão do cérebro que impede seu crescimento.
Quando, além da microcefalia, a criança possui hidrocefalia, que é a presença de líquido dentro do cérebro, também existe a possibilidade de colocar um dreno para controlar esse líquido.
Normalmente, a criança precisa de fisioterapia por toda a vida para se desenvolver melhor, além de medicamentos que atuam diminuindo os espasmos musculares e melhorando a tensão dos músculos.
Zika vírus
Quem contrai o vírus pode apresentar febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira, artralgia (dores em articulação) e exantema maculo-papular (erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.
Gestantes
É importante que as gestantes mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico.
O Ministério da Saúde reforça ainda a orientação de não consumirem bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.