Efeito sanfona pode fazer mal para o coração, aponta estudo

16 de outubro - 2019
Por: Equipe Coração & Vida

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Um levantamento recente da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, mostrou que mulheres que costumam sofrer com a oscilação de peso, ou o chamado ‘efeito sanfona’, têm mais chances de desenvolver fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares., como colesterol alto, diabetes e hipertensão, por exemplo.

A pesquisa englobou 485 mulheres que relataram quantas vezes, além das gestações, perderam e recuperaram pelo menos 4,5 quilos no período de um ano. Constatou-se que 73% das voluntárias tinham experimentado pelo menos um episódio de efeito sanfona na vida e que oito entre cada dez eram menos propensas a ostentar um índice de massa corporal (IMC) considerado saudável — no comparativo com as mulheres que não passaram pelo chamado efeito “iô-iô”.

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Cardiologista do hospital Sírio-Libanês, Tânia Ogawa explica que o efeito sanfona, normalmente, acontece com quem faz dietas restritivas. São dietas que reduzem muito a quantidade de comida, fazendo com que a pessoa perca, de forma rápida, gordura e massa muscular. O problema é que, quando a dieta é suspensa e a pessoa volta a comer da forma que estava acostumada, o organismo entende que é um período de ‘vacas gordas’ e armazena tudo como gordura. “Isso causa uma mudança na composição corporal, com aumento relevante de gordura, inclusive a gordura visceral, que está relacionada com fatores de risco como hipertensão, diabetes e colesterol alto”, diz a médica.

A especialista destaca que outro problema do efeito sanfona é que fica cada vez mais difícil emagrecer após o ganho excessivo de peso. Isso porquê a cada rodada de emagrecimento o corpo perde uma quantidade significante de massa muscular, que é justamente a responsável pela queima de calorias. “Há uma redução do metabolismo”, conclui.

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A endocrinologista do hospital Sírio-Libanês Claudia Cozer Kalil afirma que é comum haver ganho de peso de até 3 kg em períodos de férias ou viagem, por exemplo. Mas é preciso recuperar o peso. “É preciso ter atenção e reorganizar a alimentação”, explica. “Podemos até ter um dia de colocar o ‘pé na jaca’, mas não um período longo. Com o passar do tempo, fica cada vez mais difícil perder peso. Por isso, a melhor arma é prevenir o ganho”, complementa.

E vale lembrar: para emagrecer de forma saudável, o melhor é sempre associar uma alimentação balanceada à prática de atividades físicas.

Revisão técnica 
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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