6 sintomas de AVC que não devem ser ignorados

04 de junho - 2018
Por: Equipe Coração & Vida

Os números assustam: o Brasil registra 400 mil casos de acidente vascular cerebral (AVC) a cada ano. Desses, 100 mil resultam em morte. No mundo, a doença mata 6,5 milhões de pessoas anualmente.

O derrame, como é chamado popularmente, pode ocorrer de dois modos. “Há o isquêmico, mais comum, quando os vasos sanguíneos entopem e falta sangue para irrigar alguma parte do cérebro; e o hemorrágico (menos de 20% dos casos), causado pelo rompimento dos vasos”, explica Adriana Conforto, neurologista-chefe do Grupo de Doenças Cerebrovasculares do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

A médica alerta: o derrame se manifesta de forma repentina e, quando surgem os sintomas, cada minuto conta. “Existe um medicamento que, se administrado em até quatro horas após o início dos sintomas do AVC isquêmico, reduz em 30% o risco de sequelas”, ressalta.

 

Ao sentir qualquer alerta de AVC, é importante procurar atendimento especializado muito rápido. Foto: Shutterstock
Ao sentir qualquer alerta de AVC, é importante procurar atendimento especializado muito rápido. Foto: Shutterstock

 

Além de rápido, o atendimento precisa ser feito em local estruturado. “Não adianta procurar um posto de saúde. O melhor é ir a um hospital ou chamar pela emergência”, diz a médica.

A seguir, a neurologista comenta os principais sintomas de AVC que merecem atenção. Ao notar qualquer um deles, não hesite em buscar ajuda:

 

Fraqueza em um lado do corpo

Você sente uma súbita perda da força, geralmente em um único lado. Pode ser o braço, a perna, uma parte da face, às vezes braço e rosto juntos. “Fica difícil movimentar os membros, uma sensação de fraqueza extrema, como se fosse paralisar”, explica.

 

Problemas na fala

Dificuldade para emitir palavras, impossibilidade de se comunicar, fala enrolada. São sinais fortíssimos de que a pessoa está tendo um AVC, principalmente se acompanhado de fraqueza dos membros inferiores ou superiores.

 

Perda da sensibilidade

Fique atento aos sinais de adormecimento ou formigamento em um único lado do corpo: somente o braço ou a perna, ambos, ou rosto e braço juntos. “A pessoa acredita que é uma sensação passageira, por ter se sentado ou deitado sobre algum membro, e não dá importância ao sinal”, adverte.

 

Vertigem ou desequilíbrio repentino

Como o AVC é causado por algum bloqueio no fluxo de sangue para o cérebro, fique alerta ao sentir tonturas ou um desequilíbrio intenso. Em alguns casos, pode ocorrer forte confusão mental e até desmaios. Se a pessoa ingeriu bebida alcoólica, pode achar que é apenas o efeito do álcool no organismo. Na dúvida, procure um hospital.

 

Dificuldade para enxergar

De repente a visão torna-se embaçada, as imagens ficam embaralhadas. Pode haver confusão mental. As pessoas confundem com queda de pressão e deixam de procurar atendimento.

 

Dor de cabeça muito forte

Geralmente é uma dor insuportável e repentina. Vá ao hospital o mais rápido possível, pois pode ser um forte sintoma de AVC hemorrágico.

 

VOCÊ SABIA?

– Entre 80% e 90% dos casos poderiam ser evitados controlando os fatores de risco: pressão alta, tabagismo, diabetes, obesidade, uso abusivo de álcool, alguns tipos de arritmias cardíacas;

– “Durante um derrame, estima-se que possam morrer, por minuto, até dois milhões de neurônios no cérebro”, comenta a neurologista. Por isso, cada segundo é valioso;

– A neurologista Adriana Conforto sugere: “Há um aplicativo gratuito, o AVC Brasil, que informa os hospitais mais próximos preparados para receber pacientes de acordo com a localização do usuário”;

– O AVC pode acometer pessoas de qualquer idade, inclusive crianças. Porém, é mais comum a partir dos 65 anos, mesmo em indivíduos sem fatores de risco;

– A diferença entre os sexos é muito pequena: uma em cada cinco mulheres está sob o risco de ter um AVC; no caso deles, um em cada seis homens (dados do site www.fmrp.usp.br);

– Somente 15% dos casos de AVC isquêmico são precedidos por algum tipo de aviso, ou seja, sintomas transitórios, que duram menos de 24 horas. Ocorre a diminuição do fluxo de sangue no cérebro, sem chegar a danificar os neurônios. “Se a pessoa procurar ajuda nas primeiras 48 horas, o risco de AVC diminui em até 80%. O problema é que os avisos costumam ser ignorados”, explica;

– As principais sequelas de AVC incluem dificuldades de comunicação, de raciocínio e comprometimentos motores, que limitam ou impedem a locomoção.

 

Texto
Daniela Spilotros

 

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

 

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