7 erros cometidos por quem faz dieta low carb
Toda dieta deve ser feita com acompanhamento de um nutricionista ou médico. No entanto, muita gente acaba aderindo à dieta low carb sem orientação e, em vez de usufruir dos benefícios já comprovados por esse estilo alimentar, cometem deslizes que podem provocar problemas a órgãos vitais do corpo, como coração, rins e fígado.
Veja abaixo o que pode estar saindo errado na sua dieta:
Cortar todos os carboidratos: dieta de baixo carboidrato não significa sem carboidratos. Com esse erro, o corpo entrará em cetose, que pode provocar sintomas indesejados, como tonturas, dores de cabeça e até sobrecarregar os rins e fígado em longo prazo.
Exagerar na gordura saturada: o especialista em nutrição clínica Gilcélio Gonçalves de Almeida é enfático ao dizer que quem pratica low carb deve evitar gorduras saturadas e escolher as gorduras boas – monoinsaturadas –, como o azeite de oliva extravirgem.
“Isso é uma confusão que os leigos fazem, já que a gordura traz saciedade. Mas o excesso de gordura saturada é devastador para os níveis de lipídios [colesterol]. Provavelmente terão problemas coronarianos no futuro”, alerta. “Usar azeite é o macete clássico”, recomenda Almeida, que também é do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN).
Feita corretamente, explica a nutricionista Ana Cláudia Mariano, professora do curso de nutrição do Centro Universitário Celso Lisboa, a low carb pode aprimorar a sensibilidade do corpo à insulina e melhorar o colesterol.
Fazer sem acompanhamento: a quantidade ideal e a distribuição de carboidratos dentro da low carb variam de acordo com o metabolismo da pessoa, logo, seguir os parâmetros da dieta da amiga pode levar a um desbalanço, seja resultando em um atraso da perda de peso ou proporcionando um efeito sanfona depois da dieta.
Comer todo o carboidrato do dia em uma só refeição: não é porque está liberada uma quantidade “x” de carboidratos durante o dia que eles podem ser consumidos em apenas uma refeição.
Se a quantidade não for distribuída e as outras refeições não contarem com um pouquinho de carboidrato – ele ajuda a preservar os músculos -, o resultado será a perda de massa magra, o que ninguém deseja dentro de uma dieta.
Escolher carboidratos errados: se é para comer carboidrato, que seja um de boa qualidade. Nessa lista dos bonzinhos estão presentes mandioca, inhame, batata doce com casca, banana da terra, massas integrais e a dupla inseparável do arroz e feijão.
“O índice glicêmico do feijão é baixíssimo, e a combinação dele com arroz – na proporção de duas medidas de arroz para uma de feijão – carrega todos os aminoácidos essenciais que não conseguimos sintetizar no corpo”, explica Almeida.
“Há uma pesquisa que mostra que a obesidade no Brasil cresce inversamente proporcional à medida que paramos de comer feijão com arroz. Isso mantinha o brasileiro magro, e, além disso, o feijão tem triptofano, precursor da serotonina que deixa a gente feliz. Estamos abrindo mão de sermos felizes e magros para sermos obesos e mal humorados”, brinca o nutricionista.
Ele esclarece que, nas quantidades corretas estipuladas por um nutricionista, essa dupla bem brasileira pode ser consumida na dieta low carb.
“Furar” a dieta o tempo todo: se a tentação for grande e a vontade de comer um pão francês não for embora, colocar um queijo branco – por mais que isso aumente as calorias ingeridas – é ainda uma ideia melhor do que consumir a farinha branca pura, pois a proteína retardará a absorção do carboidrato pelo organismo.
“O ideal é usar bons carboidratos, com índice glicêmico baixo”, explica o especialista em nutrição. “Esses carboidratos liberam açúcar lentamente para o sangue, com isso não sobrecarrega o pâncreas na liberação de insulina.” Quanto menor for o índice glicêmico, melhor o carboidrato.
Não se hidratar: Ana Cláudia Mariano explica que a low carb pode levar à desidratação por causa da eliminação maior dos corpos cetônicos pela urina. Lembrar de beber água durante o dia é ainda mais fundamental quando se segue essa dieta.
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Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo