7 sinais de que é hora de trocar o pediatra pelo hebiatra
Como especialidade médica, a hebiatria é bem menos conhecida do que a pediatria. Enquanto uma acompanha as crianças desde o nascimento, a outra é focada nos adolescentes – e ambas são fases igualmente importantes e muito peculiares da vida, quando o mais indicado seria consultar um médico envolvido com a idade específica.
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Mas quando é hora de levar as crianças ao hebiatra? Falamos dessa questão com Antônio Foronda, médico pediatra e cardiologista infantil do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (e um defensor da hebiatria) – e destacamos, abaixo, os sinais de que é hora de mudar a moçada para outros consultórios.
Aspectos físicos
As meninas, hoje, começam a sentir modificações no corpo aos 9, 10 anos – bem mais cedo que antigamente. Os pais ficam desesperados. Mas é aí que o hebiatra pode levantar questões importantes dessa “ex-criança”, do social e hormonal até o modo como a família lidará com os novos modos de cuidar desse adolescente.
Aspectos psicológicos
É certo que os adolescentes têm necessidades diferentes das crianças pequenas. Lidar com a liberdade e a independência, por exemplo, é uma questão tratada com o hebiatra também. Eles começam, inclusive, a sentir a necessidade de provar alguns vícios – e, por influência de outros, às vezes isso toca nas drogas. Um hebiatra encara esse tipo de assunto e pode ajudar as famílias a entender e resolver. Se o adolescente começa a mostrar mudanças comportamentais, procurar um especialista pode ajudar muito.
Vem rolando uma vergonha?
Uma consulta com o hebiatra, de início, contempla os mesmos aspectos que no pediatra (como o ganho de peso, vacinação e alimentação). Mas eles enfocam essas questões e muitas outras voltadas especificamente para os adolescentes; o bom é que uma consulta com o hebiatra não precisa, necessariamente, da presença dos pais na sala – um alívio para muitos adolescentes com vergonha de discutir suas questões com a família presente. Se a criança começa, então, a mostrar sinais de desconforto com as visitas ao pediatra, o hebiatra pode e deve entrar em cena.
Mudanças no atendimento
A ideia é que a hebiatria seja uma especialidade de continuação dos tratamentos da pediatria – e, portanto, questões como a vacinação ainda são levadas em conta, mas focando mais nos reforços e nas doses sazonais, como recomendações de vacina contra o HPV, a H1N1 e outras gripes e a febre amarela quando há uma viagem em vista, por exemplo. Os aspectos físicos do adolescente, como um todo, são ainda observados, porém de outra maneira. Sobre peso e altura, há orientação sobre as fases, o crescimento hormonal e outros quadros a avaliar.
As meninas e suas particularidades
A chegada da primeira menstruação costuma ser o marco para essa “passagem” do pediatra para o hebiatra. Quando surgem os pelos pubianos, elas já podem se consultar com um hebiatra – antes até de ir ao ginecologista, apenas para receber as primeiras observações de um médico, mas ainda sem lidar com a vida sexual ativa.
Os meninos também podem “migrar”
Os garotos costumam chegar ao hebiatra quando eles ou os pais acham que não está havendo ganho de estatura ou quando surgem hábitos como o tabagismo, em que a opinião de um médico virá bem a calhar.
Exames específicos
Um sinal de que é hora de passar às consultas com o hebiatra é a necessidade de atendimento mais focado para começar a avaliar aspectos da vida do adolescente que um pediatra não se preocupa tanto. Os exames de idade óssea e relacionados com a cardiologia são bons exemplos. É bom que os jovens sejam avaliados preventivamente – e nessas análises podem surgir boas informações sobre arritmias e hipertensão (que muitas vezes são sequer cogitadas pelas famílias). Um hebiatra também pode verificar o surgimento de doenças como o diabetes ou a obesidade, questões importantes e que vão, dali por diante, influir na vida da criança/adolescente – e deixá-lo muito mais confortável em qualquer fase que se encontre da vida.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo