984,3 mil imóveis brasileiros já foram identificados com focos do Aedes

19 de fevereiro - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

Os agentes de saúde e militares das Forças Armadas identificaram, até agora, 984,3 mil imóveis brasileiros com focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika. Isso significa 3,77% do total de 27,4 milhões de imóveis percorridos.

Brasil já registra 5.280 casos suspeitos de microcefalia
Mitos e verdades sobre zika e microcefalia

O número de imóveis vistoriados já representa 40,9% dos 67 milhões estimados em todo o Brasil.

Entre os estados, a Paraíba permanece entre os que registraram maior percentual de imóveis percorridos: 90,5%. Na sequência vem Piauí, com 81,4%, Sergipe, com 75,5%, e Minas Gerais, com 67,7%.

O estado de São Paulo computa 4,3 milhões de visitas (26,3%), seguido pelo Rio de Janeiro, com 3,44 milhões (51,2%).

Durante as visitas, os agentes procuram por focos, orientam os moradores à prevenção do mosquito e, ainda, aplicam larvicidas, quando necessário.

A dica é sempre adotar hábitos como armazenar lixo em sacos plásticos fechados, manter a caixa d’água vedada e não deixar água acumulada em calhas.

Também é importante encher com areia os pratinhos dos vasos de plantas e tratar a água de piscinas e espelhos d’água com cloro.

Últimos dados

Os últimos dados do Ministério da Saúde, divulgados na quarta-feira (17), apontam para 5.280 casos suspeitos de microcefalia no Brasil.

Destes, 508 já tiveram confirmação de microcefalia por infecção congênita e outros 837, descartados, por apresentarem exames normais ou apresentarem microcefalias e/ou alterações no sistema nervoso central por causas não infeciosas.

Também foram notificados 108 óbitos de bebês com microcefalia possivelmente relacionados ao vírus Zika – 27 deles já confirmados. Outros 70 continuam em investigação e 11 já foram descartados.

Amapá e Amazonas são os únicos estados da federação que não tem nenhum registro de casos de microcefalia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência internacional de saúde pública por conta do vírus e sua possível associação com a microcefalia e síndromes neurológicas.

O alerta é emitido em casos extremos, como ocorreu com o vírus ebola, e ajuda a mobilizar recursos para o combate à doença.

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Reprodução

Microcefalia

A microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal.

Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas, agentes biológicos infecciosos (bactérias, vírus e radiação), síndrome de Rett, envenenamento por mercúrio ou cobre, meningite, desnutrição, HIV materno, doenças metabólicas na mãe, como fenilcetonúria, e uso de medicamentos contra epilepsia, hepatite ou câncer nos primeiros 3 meses de gravidez.

A microcefalia pode ser classificada como primária, quando os ossos do crânio se fecham até os sete meses de gravidez, ocasionando mais complicações durante a vida; ou secundária, quando os ossos se fecham na fase final da gravidez ou após o nascimento do bebê.

As crianças com microcefalia podem apresentar atraso mental, déficit intelectual, paralisia, convulsões, epilepsia, autismo e rigidez dos músculos.

A doença é grave e não tem cura, e a criança pode precisar de cuidados por toda a vida, sendo dependente para comer, se mover e fazer suas necessidades, dependendo da gravidade da microcefalia.

Tratamento

Uma das possibilidades de tratamento é fazer uma cirurgia para separar ligeiramente os ossos do crânio, nos dois primeiros meses de vida, para evitar a compressão do cérebro que impede seu crescimento.

Quando, além da microcefalia, a criança possui hidrocefalia, que é a presença de líquido dentro do cérebro, também existe a possibilidade de colocar um dreno para controlar esse líquido.

Normalmente, a criança precisa de fisioterapia por toda a vida para se desenvolver melhor, além de medicamentos que atuam diminuindo os espasmos musculares e melhorando a tensão dos músculos.

Zika vírus

Quem contrai o vírus pode apresentar febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira, artralgia (dores em articulação) e exantema maculo-papular (erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.

Gestantes

É importante que as gestantes mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico.

O Ministério da Saúde reforça ainda a orientação de não consumirem bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.

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