Ebola no Brasil: teste de suspeita da doença dá negativo
Thassio Borges
*Atualizado em 13/10 – 20h10
O Ministério da Saúde informou na manhã deste sábado (11) que o resultado do exame para diagnóstico de ebola no paciente Souleymane Bah, da Guiné, deu negativo. A pasta afirmou, no entanto, que a confirmação só deve ocorrer após um segundo exame, a ser realizado neste domingo (12).
O ministério disse ainda que o estado de saúde de Bah é bom, que ele não apresenta febre e continua em isolamento total no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro.
A notificação da suspeita da doença ocorreu na quinta-feira (9), em Cascavel (PR), onde Bah procurou os serviços de saúde da cidade para relatar febre e outros sintomas associados ao ebola. Como o imigrante saiu da Guiné, um dos países africanos mais atingidos pela doença, no dia 18 de setembro, a atenção foi reforçada.
“O Ministério da Saúde esclarece que adotou todos os procedimentos necessários para a interrupção de uma possível cadeia de transmissão do vírus. E adotou todos os procedimentos previstos no Regulamento Sanitário Internacional”, apontou a pasta em nota oficial divulgada neste sábado (11).
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou em entrevista coletiva que o governo brasileiro irá doar mais dez kits médicos para combate ao ebola em Guiné, Libéria e Serra Leoa. Cada kit tem potencial para atender 500 pessoas durante três meses.
Secretaria de SP
No início de agosto, o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip, abordou o surto do ebola em países africanos e o risco de a doença chegar ao Brasil. Em entrevista exclusiva ao Coração & Vida, o infectologista descartou à época uma epidemia da doença no país do porte como vem ocorrendo em algumas nações da África.
“Se ocorrer no Brasil, serão casos esporádicos, porque é uma doença extremamente grave”, avaliou Uip, que foi diretor-executivo do Instituto do Coração (InCor) do HC-FMUSP de 2003 a 2008 e, desde 2002, coordena projetos de prevenção à transmissão vertical do HIV e de biossegurança nos hospitais nacionais de Angola, na África.
“Trata-se de uma doença inflamatória viral hemorrágica, que causa sangramento, insuficiência de múltiplos órgãos, entre outros sintomas. Um doente nessas condições dificilmente consegue viajar. A incubação [do vírus] não é longa e o período de maior contágio ocorre quando o indivíduo está doente, com o contato com secreções e excreções”, completou o secretário.
*No último dia 13, o Ministério da Saúde informou que o segundo exame feito pelo paciente Souleymane Bah também deu negativo. O caso suspeito, portanto, foi descartado.