Após mortes, São Paulo intensifica combate à dengue
Thassio Borges
São Paulo está em alerta contra a dengue. Após a confirmação de mortes pela doença em 2015, a cidade reforça as orientações com a população para evitar que a enfermidade faça mais vítimas na capital. A atenção é necessária, justamente por conta da época do ano em que estamos, propensa ao aumento dos casos.
“Neste período, início do ano, a temperatura e a umidade auxiliam a proliferação do mosquito da dengue, assim como todos os insetos. A população aumentou muito os recipientes com água em suas residências, principalmente por conta da crise hídrica, o que tem colaborado para a transmissão da doença”, explica Alessandro Giangola, Coordenador Geral das Ações de Controle do Aedes aegypti da Secretaria de Saúde de São Paulo.
De acordo com Giangola, a estocagem de água pela população, motivada pela crise hídrica que boa parte do país enfrenta, não é o problema em si. “O problema é a forma de estocagem. Antes de estocar as pessoas precisam lavar o recipiente com uma escova ou bucha comum, para eliminar mecanicamente os ovos que estão aderidos nas paredes dos recipientes. Só depois disso é aconselhável estocar a água. É preciso realizar essa lavagem pelo menos uma vez por semana”, completa.
De 4 de janeiro a 28 de fevereiro, o município de São Paulo registrou 2.438 casos de dengue confirmados. Entre eles, são 1.883 casos autóctones (contraídos na própria cidade) e 555 importados de outros locais.
Diante desse quadro, a recomendação do coordenador para a população é “simples”: eliminar os criadouros do mosquito. “São eles: qualquer recipiente artificial ou mesmo plantas (bromélias), que possam armazenar água limpa e parada por no mínimo 5 dias”, informa.
“A cidade de São Paulo, assim como todo o Brasil, é infestada pelo Aedes, por isso é realizado o ano todo visitas casa a casa, no sentido de orientar a população para evitar a presença de criadouros do mosquito. Para o Aedes transmitir a dengue, primeiramente ele necessita picar uma pessoa que está com dengue para depois de um tempo de incubação começar a transmitir a doença. Por isso, o controle com inseticidas é preconizado apenas quando temos casos confirmados na área. O uso indiscriminado de inseticidas pode induzir a uma população de mosquitos resistentes. Se não eliminarmos os criadouros dos mosquitos em poucos dias, eles passam da fase aquática para a alada, tornando o ambiente infestado novamente”, finaliza Giangola.