Cirurgia bariátrica requer preparo psicológico
A cirurgia bariátrica, como é conhecida a redução do estômago, é atualmente utilizada como o método mais eficaz de tratar a obesidade mórbida.
Engana-se, porém, quem imagina que o processo acontece da noite para o dia: o acompanhamento do paciente começa meses antes do procedimento e inclui avaliações psicológicas.
As cirurgias de redução de estômago cresceram 6,25% em 2015, em relação a 2014, segundo balanço da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).
No ano passado, 93,5 mil pessoas foram submetidas ao procedimento, ante 88 mil em 2014.
As equipes formadas para este tipo de cirurgia costumam ser multidisciplinares e envolvem a participação de psicólogos, psiquiatras, além do próprio cirurgião e de outros profissionais.
O cuidado faz parte do procedimento e existe, inclusive, um alerta da SBCBM a respeito de mudanças que podem ser provocadas pelo processo.
Para a sociedade, o paciente pode enfrentar conflitos psicológicos após a redução, sendo necessário enfrentar um processo de adaptação à nova condição.
A entidade frisa ainda que, além da ansiedade pela privação da comida, pode haver incremento do comportamento explosivo e humor irritativo ou ainda o isolamento depressivo do paciente, dependendo do perfil psíquico de cada um.
Confira abaixo quem pode fazer a bariátrica e quais os tipos de cirurgia:
Pesquisas
Segundo pesquisa publicada pela revista médica inglesa Lancet Diabetes & Endocrinology, a cirurgia bariátrica é o procedimento mais eficaz na cura do diabete tipo 2.
Um levantamento do National Institute for Health Research, do Reino Unido, avaliou o efeito da cirurgia bariátrica no desenvolvimento de diabetes tipo 2 em indivíduos operados e numa população de indivíduos obesos.
O estudo foi feito com 2.167 pacientes que passaram por cirurgia bariátrica entre 2002 e 2014, mais um grupo de controle também com 2.167 pessoas obesas, sem diabetes, e que não fizeram cirurgia. Em sete anos o grupo de operados apresentou 38 casos de diabetes enquanto que no grupo de controle foram diagnosticados 177 novos casos, uma redução de 80% na incidência do diabetes tipo 2 no grupo de operados.
Já um estudo publicado por pesquisadores da Sanford-Burnham Translational Research Institute for Metabolism and Diabetes, da Flórida (EUA), mostra que os pacientes que mudam seu estilo de vida e passam a praticar exercícios moderados após a cirurgia bariátrica têm o metabolismo da glicose e a aptidão cardiorespiratória melhores do que os sedentários.
Os estudos confirmam os benefícios potenciais psicológicos e clínicos da adição da atividade física no programa pós-operatório de cirurgia bariátrica.