Brasil registra 1.121 mortes por gripe H1N1
Balanço do Ministério da Saúde aponta que o Brasil registrou até o dia 18 de junho 5.871 casos de influenza A (H1N1), com 1.121 óbitos.
Especialista esclarece dúvidas sobre vacina contra gripe H1N1
São Paulo é o Estado com o maior número de mortes (475), seguido por Rio Grande do Sul (132), Paraná (112), Mato Grosso do Sul (59), Goiás (56), Rio de Janeiro (46), Espírito Santo (43), Santa Catarina (42), Minas Gerais (30), Bahia (24) e Pará (23).
Mais de 49,9 milhões de pessoas se vacinaram contra a gripe neste ano, superando o público-alvo (crianças, idosos, profissionais da área de saúde e gestantes) previsto pela pasta, de 49,8 milhões.
Para a campanha, foram adquiridas 54 milhões de doses da vacina que protege contra os três subtipos do vírus recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2016 (A/H1N1, A/H3N2 e influenza B).
Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.
Para esclarecer algumas questões sobre a gripe, o site Coração & Vida conversou com a médica infectologista Tania Strabelli, especialista em doenças infecciosas e parasitárias. Confira:
Quem toma a vacina da gripe está imediatamente imunizado contra a H1N1?
Não, nem contra os outros tipos de gripe. Normalmente, a vacina leva de duas a três semanas para fazer efeito. Quando o paciente já tomou a vacina em outros anos, esse tempo de resposta cai para dez dias. É por isso que muita gente que toma a vacina e fica gripado logo em seguida acha que a vacina não funciona ou que ela é que causou a gripe. Na realidade, a pessoa já estava incubando um quadro de gripe e acaba ficando doente.
Quem tomou a vacina do ano passado ainda está imunizado contra H1N1?
Normalmente não está. O que se sabe é que a imunidade vai caindo ao longo dos meses, mas essa curva não é exatamente conhecida. Quando vai chegando perto da próxima campanha de vacinação, algumas pessoas estão protegidas e outras não.
O Ministério da Saúde afirmou que a taxa de adesão da população de São Paulo à campanha de vacinação contra a gripe em 2015 foi a menor nos últimos três anos e ficou abaixo da média nacional. Isso pode estar relacionado ao aumento dos casos em 2016?
Pode ter sido por isso que o surto começou mais cedo, mas ainda não sabemos exatamente a resposta. O Instituto Adolfo Lutz está sequenciando os vírus e assim saberemos. O ideal é que as pessoas dos grupos de risco estejam vacinadas. Quanto mais as pessoas se vacinarem, menor a incidência da doença.
A vacina da rede privada é mais eficaz do que a da rede pública?
A diferença neste ano é que a pública é trivalente, com três cepas do vírus Influenza. A particular é quadrivalente, com quatro cepas, mas com relação à H1N1 não há diferença, as duas imunizam da mesma forma.
E quem foi contaminado, o que deve fazer para evitar o contágio de outras pessoas?
Além de procurar atendimento médico, as pessoas que estão doentes não devem sair de casa. Quanto mais elas circulam, mais disseminam o vírus, por isso que é importante ficar em casa ingerindo bastante líquido, repousando e se alimentando corretamente enquanto tiveram enfrentando algum quadro de doença respiratória ou com febre. Crianças doentes também não devem ser levadas à escola. Reduzir a circulação de pessoas doentes ajuda diminuir a incidência do vírus.