Estudo sobre HIV reforça importância do preservativo nas relações

20 de julho - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

Estudo global publicado pela revista “The Lancet HIV” aponta que cerca de 2,5 milhões de pessoas ainda estão se infectando por HIV todos os anos, enquanto as novas drogas têm reduzido a taxa de mortalidade relacionada ao vírus e os soropositivos têm vivido cada vez mais.

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A principal forma de prevenir a Aids é usando preservativo nas relações sexuais, mas o vírus HIV pode ser transmitido também por agulhas contaminadas, por contato com fluídos corporais de portadores da doença e de mãe para filho.

Foto: Shutterstock
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Para evitar o contágio, seringas e agulhas não devem ser compartilhadas. Gestantes portadoras de HIV precisam seguir tratamento recomendado durante o pré-natal para evitar a contaminação do bebê.

Em caso de suspeita de contaminação, o serviço de saúde deve ser procurado rapidamente para a realização de exames e profilaxia.

O número de novas infecções estacionou nos últimos 10 anos depois de uma queda drástica após o pico registrado em 1997, quando 3,3 milhões de pessoas foram infectadas.

Atualmente existem cerca de 38,8 milhões de pessoas vivendo com HIV. Em 2000, havia 28 milhões de pessoas com o vírus. As mortes anuais por Aids caíram de um pico de 1,8 milhão em 2005 para 1,2 milhão em 2015.

Ontem, o Ministério da Saúde anunciou que pretende incluir na lista de medicamentos gratuitos do Sistema Único de Saúde (SUS), até o fim do ano, o remédio que pode prevenir a infecção pelo HIV. A informação foi dada pela diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério, Adele Benzaken, durante a 21ª Conferência Internacional de Aids, na África do Sul, e confirmada pelo órgão federal.

Chamado de profilaxia pré-exposição (PrEP), mas conhecido como truvada, o medicamento diminui as chances de contaminação pelo vírus da Aids quando tomado continuamente, mas pode trazer efeitos colaterais, como leves disfunções gastrointestinais e renais.

Prevenção

O psiquiatra e especialista em transtornos de sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo Marco Scanavino afirma que não há um único motivo para o comportamento sexual de risco, pois são várias as questões que levam uma pessoa a não usar preservativo, além do abuso de álcool e drogas.

Uma delas, diz Scanavino, é que algumas pessoas não conseguem ter uma consciência clara das chances de se expor à contaminação por doenças ao fazerem sexo desprotegido, principalmente porque as campanhas sobre a importância do uso da camisinha, apesar de muito boas, costumam se voltar a públicos específicos, como homens homossexuais, por exemplo.

“Quem não acompanha a informação não consegue entender que o risco de adoecer por não usar preservativo continua existindo. Homens heterossexuais e bissexuais também acabaram tendo um aumento grande de contaminação nos últimos anos, mas as campanhas sempre veicularam muito mais o tema voltado para o homem homossexual e isso pode fazer com que parte da população não tenha acesso à informação e continue se expondo.”

Um público específico enfrenta dificuldades quando o assunto é o uso do preservativo masculino: as mulheres. O medo de contrariar o parceiro com o pedido para usarem camisinha no ato sexual é um dos principais motivos que levam as mulheres a fazer sexo sem proteção.

“O uso do preservativo masculino está mais no domínio do homem do que da mulher, ao passo que com o anticoncepcional acontece o contrário. A mulher precisa negociar o uso do preservativo  com o parceiro, precisa ter assertividade e nem todas conseguem fazer isso, não se sentem autoconfiantes, têm receio da reação do parceiro, de ser preterida, mal interpretada. É preciso entender que o pedido pelo uso do preservativo tem a ver com a preservação da saúde e não com a falta de confiança”, explica o psiquiatra.

E quem pensa que o risco de contaminação acaba na terceira idade está enganado.

“Hoje, as pessoas vivem mais, tem remédio para ereção e o idoso pode ter vida sexual ativa. O problema é que esses indivíduos não se acostumaram a usar preservativo, isso não fez parte dos hábitos deles no passado. Por isso que é um segmento que precisa ser contemplado nas campanhas sobre sexo seguro.”

Teste rápido

A evolução tecnológica nos exames laboratoriais já permite a detecção dos anticorpos para o vírus da Aids em um prazo bem curto, de até 30 minutos.

Disponibilizados no Brasil pelo Ministério da Saúde, os testes colhem saliva do paciente ou uma gota de sangue da ponta do dedo. Os exames podem ser feitos gratuitamente e de forma anônima na rede pública.

O teste feito com a gota de sangue fica pronto em meia hora. Já o resultado do teste da saliva, no qual o paciente recolhe uma amostra da mucosa bucal com um bastão, leva de dez a quinze minutos para sair o resultado.

Apesar dos benefícios que oferece, a realização do teste do HIV ainda causa medo nos pacientes. Segundo especialistas, o receio de que o resultado seja positivo afasta o paciente dos centros de triagem.

Não adianta fazer o exame logo após a exposição a uma situação de risco. É preciso aguardar um determinado tempo para realizar os testes, a chamada “janela imunológica”. Esse intervalo é necessário para que o corpo produza anticorpos anti-HIV, que são detectados pelos exames.

Para o teste rápido de sangue tem que esperar 45 dias, no mínimo. No caso da saliva, 60 dias. O de sangue tradicional, o mais moderno, fica positivo com quatro semanas.

Se o resultado do primeiro teste rápido for positivo, é feito um segundo exame (com reagente) de uma marca diferente para garantir a veracidade do teste.

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