Estudo ressalta importância de cuidar minuciosamente do diabetes

10 de agosto - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

Sim, ser muito focado e consciente vale a pena quando o assunto é diabetes. Uma pesquisa divulgada há poucas semanas, financiada pela entidade norte-americana National Eye Institute, mostrou que pessoas com diabetes (especialmente do tipo 2), que foram conduzidas a controlar intensa e minuciosamente seu nível de açúcar no sangue, reduziram pela metade o risco de retinopatia diabética.

O diabetes não controlado pode levar a complicações em diversos órgãos, inclusive nos olhos. Uma das complicações mais comuns da doença, a retinopatia diabética, pode danificar pequenos vasos sanguíneos da retina (o tecido sensível à luz na parte posterior do olho).

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

Estima-se que apenas no Brasil, hoje, existam 13,4 milhões de pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2. Destes, 90% dos pacientes tipo 1 e 60% dos pacientes tipo 2 devem desenvolver retinopatia diabética ao longo da vida – o que prejudica a visão e pode culminar em cegueira.

Os investigadores que conduziram o estudo anunciaram o dado na cidade de Nova Orleans, Estados Unidos, durante a reunião anual da American Diabetes Association.

“Essa pesquisa envia uma mensagem poderosa para as pessoas com diabetes que se preocupam com a perda de visão”, diz Emily Chew, vice-diretora da divisão de Epidemiologia e Aplicações Clínicas do National Eye Institute e principal autora do relatório.

“Bem controlada, a glicemia tem um efeito positivo, mensurável e duradouro, sobre a saúde dos olhos”, completa.

O estudo recém-divulgado foi uma avaliação com acompanhamento da progressão da retinopatia em 1.310 pessoas e testou três estratégias de tratamento para reduzir o risco de doença cardiovascular entre pessoas com diabetes tipo 2 de longa data.

Foram testadas a manutenção dos níveis de açúcar no sangue perto do normal (controle intensivo da glicemia); a melhoria dos níveis de lipídios no sangue, tais como a redução de LDL, o “mau colesterol” e aumento do HDL, o “bom colesterol”; e a redução da pressão arterial.

Oito anos depois dos primeiros exames básicos nos pacientes, a retinopatia diabética havia progredido três ou mais etapas na escala Early Treatment Diabetic Retinopathy Study (ETDRS) em 12,7% dos pacientes que receberam o controle glicêmico padrão; entre aquelas que fizeram o controle glicêmico rigoroso, apenas 5,8% demonstraram progressão da doença.

Essa foi a primeira evidência em pessoas com diabetes que teve tantos anos de duração – cerca de dez anos – e que demonstrou esse efeito do controle glicêmico na progressão tardia da retinopatia.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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