31% dos homens não fazem exames de rotina, aponta pesquisa

11 de agosto - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

Quase um terço (31%) dos homens brasileiros não tem o hábito de ir aos serviços de saúde para fazer check-up e buscar auxílio na prevenção de doenças.

Quando os homens ficam doentes…

Assim como adotar hábitos saudáveis, realizar exames de rotina é de extrema importância. Homens e mulheres, especialmente a partir dos 35 anos, devem fazer, anualmente, um check-up, ou seja, uma bateria de exames solicitada por médicos especializados.

Entre os exames requisitados pelos médicos em um check-up está o ecocardiograma, uma ultrassonografia do coração, que tem como objetivo diagnosticar problemas no órgão.

Foto: Shutterstock
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“As mulheres são ensinadas, já há muitas décadas, a zelar pela própria saúde, fazer controles e prevenções [até por serem vistas como seres mais frágeis]. No caso dos homens, bem menos: mesmo com relação a campanhas, como o Novembro Azul, ainda é muito recente a ideia de que eles devam observar a própria saúde com calma e aceitação”, diz a psicóloga do Instituto do Coração (InCor) Andrea Torres.

Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde aponta que barreiras socioculturais interferem na prevenção à saúde. Em muitos casos, os homens pensam que não ficam doentes ou têm medo de descobrir doença, além de sentirem que esse cuidado pode interferir na sua imagem de cuidado com a família.

“Saúde é importante para que os homens participem ativamente das atividades familiares. Nossa chamada é para que os pais procurem os serviços e recebam orientações para cuidar de sua saúde e prevenir doenças, como manter as vacinas em dia. Filhos, lembrem seus pais de cuidar regularmente da saúde. Esse será o melhor presente para toda a família”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Uma das respostas mais comuns entre os homens (55%) é dizer que não buscaram os serviços de saúde pois nunca precisaram. Essa falta de cuidado, no entanto, esconde uma crescente consequência para a maioria dos brasileiros: eles morrem mais cedo do que as mulheres e de doenças que poderiam ser prevenidas, como acidentes vasculares, infartos, cânceres e doenças do aparelho digestivo.

Pré-natal

Na semana do Dia dos Pais, o Ministério da Saúde lança o Guia do Pré-Natal do parceiro e o Guia da Saúde do Homem para agente comunitário de saúde.

O objetivo é aproveitar o momento em que o homem está mais próximo do serviço de saúde, acompanhando sua parceira no pré-natal, para que ele adote hábitos saudáveis e realize exames preventivos.

Como a chegada de um filho traz mudanças à família, a ideia é despertar nos futuros pais a necessidade de adoção de medidas preventivas que lhe garantam um futuro ao lado dos filhos.

“Alguns pilotos de capacitação com profissionais de saúde já foram feitos na Bahia, São Paulo e Paraná. Nossa ideia é mostrar a forma triangular da família e sair daquele binômio mãe e filho. Algumas unidades de saúde já atendem em horário ampliado para atrair os homens”, afirma Francisco Norberto, coordenador da saúde do homem.

A pesquisa mostrou ainda que, apesar do pré-natal da parceira ser o momento em que o homem está mais próximo do serviço de saúde, ele ainda é pouco aproveitado pelos profissionais.

A maioria dos homens (80%) disse ter acompanhado a parceira nas consultas de pré-natal, mas 56% afirmaram que o atendimento teve foco apenas nas orientações para a gestante.

Sobre a realização de exames, 84,6% dos pais não realizaram nenhum durante o pré-natal. Os exames mais pedidos para os que realizaram foram tipagem sanguínea (70,4%), seguido da sorologia para HIV e hemograma.

Também foi alto o percentual de homens que informaram que não atualizaram o seu cartão de vacinas – 64%.

A pesquisa foi realizada em 2015, com mais de 6.000 homens cujas parceiras fizeram parto no SUS. Dentre os participantes, 80% tinham entre 20 e 39 anos e 67,3% afirmaram ter renda entre um e dois salários mínimos.

Quase metade (49%) relatou que são casados e apenas 36,9% possuíam nível médio completo.

Expectativa de vida

O resultado da busca tardia pelo serviço de saúde é que, em média, os homens vivem sete anos a menos que as mulheres.

Segundo a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a expectativa de vida dos homens alcançou 71 anos, entre as mulheres, a expectativa é de 78 anos.

As causas que mais matam os homens são as externas (acidentes de trânsito e violência), seguidas de doenças do aparelho circulatório, neoplasias e aparelho digestivo. Ou seja, males que, se conhecidos no estágio inicial, podem ser prevenidos ou controlados.

Dados do Vigitel 2015 mostram ainda outros problemas de saúde. No quesito da nutrição, 57% dos homens têm sobrepeso e 18% estão obesos, 25% deles consomem bebidas alcóolicas, 13% deles fumam e apenas 31% consomem regularmente frutas e verduras.

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