Diagnóstico precoce do câncer de mama ajuda a salvar vidas
O Outubro Rosa é marcado pela conscientização sobre o câncer de mama. Durante todo o mês são realizadas ações, que vão desde campanhas, distribuição de folhetos com informações sobre a doença e sua prevenção, e iluminação dos edifícios e locais públicos com a cor rosa, chamando a atenção da população para o tema.
Especial do mês: Mitos e verdades sobre o câncer de mama
Inca estima 57 mil casos novos de câncer de mama em 2016
Esclareça suas dúvidas sobre câncer de mama e amamentação
Você sabia… Que os homens também podem ter câncer de mama?
O câncer de mama é o segundo tipo mais comum, tanto no Brasil como no mundo, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Fica atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Estima-se ainda que represente 25% dos novos casos de câncer detectados anualmente.
A doença é um tumor resultante da multiplicação de células anormais das mamas, havendo mais de um tipo deste câncer. A grande maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado no início. Alguns tipos evoluem mais rápidos que outros.
“Calcula-se hoje que mais de 50 mil novos casos de câncer de mama são diagnosticados no Brasil ao ano. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de cura e menor o dano à mulher”, explica Marcelo A. Calil, diretor médico do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC).
Apesar do avanço no tratamento, um diagnosticado positivo ainda é muito impactante. Por isso, os exames preventivos são muito importantes, assim como as consultas de rotina, quando é possível detectar possíveis nódulos e alterações ainda em estágio inicial, com melhores chances de tratamento.
“É difícil impedir que o câncer de mama ocorra, mas a chance de cura é muito alta. O diagnóstico precoce a partir dos 40 anos, com exames repetidos anualmente, é fundamental para melhores resultados no tratamento. As cirurgias se tornam menos agressivas, e aumenta a possibilidade da retirada de um volume menor de tecido mamário”, explica Alfredo Barros, coordenador do Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio-Libanês.
Informação ainda é uma das armas mais poderosas contra a doença. Conhecer o que é o câncer de mama, a evolução da doença e os formatos de tratamento, ajudará os pacientes a entenderem o que está acontecendo com seu corpo, tirar as dúvidas com a equipe médica e discutir as opções de tratamento.
Não é conhecida ainda a causa que leva uma pessoa a desenvolver a doença. No entanto, já se sabe que fatores hormonais, ambientais e genéticos aumentam o risco de desenvolver o câncer de mama. O risco aumenta a partir dos 50 anos, principalmente após a menopausa.
Mulheres que tenham parentes próximos, como avó, mãe, irmã e filha com histórico de câncer de mama ou de ovário antes dos 50 anos deve alertar o médico sobre este fato e avaliar exames e acompanhamento frequente.
Os sintomas costumam surgir quando a doença já está instalada, mas o corpo costuma dar alguns sinais de alerta, como caroços em uma ou ambas as mamas e na região das axilas, alterações no formato da mama, dores na região e secreções nos bicos dos seios. Ao perceber qualquer uma dessas alterações, um especialista deve ser consultado.
Além do autoexame, que a própria mulher pode fazer em casa, que consiste basicamente em apalpar as mamas e axilas em busca de caroços ou alterações, o exame clínico envolve testes como a mamografia, que consegue ver com maior precisão a existência de tumores e sua extensão.
“O melhor método para se diagnosticar precocemente o câncer de mama é o exame mamográfico. Por meio dele, podemos identificar a doença antes mesmo dela se tornar um nódulo”, explica Calil, do IBCC. O exame pode detectar lesões não palpáveis, por exemplo.
Homens
Homens também podem desenvolver a doença. A incidência para o sexo masculino, no entanto, representa apenas 1% dos casos, principalmente a partir dos 35 anos, segundo o Inca.
No Ambulatório de Mastologia do Hospital Sírio-Libanês, 0,5% dos casos são de homens com idade média de 59 anos.
O tratamento varia de acordo com o tipo de câncer, estágio e extensão da doença e das condições de saúde da paciente, podendo envolver cirurgia para retirada do tumor, além de quimioterapia.
“No Hospital Sírio-Libanês, 90% das pacientes têm a mama reconstruída no ato da cirurgia. A paciente é acompanhada por um cirurgião plástico para a reconstrução e a simetrização mamária. Tal procedimento confere melhora na autoestima e na qualidade de vida dos pacientes”, explica Barros.
O hospital atende pessoas encaminhadas pela rede pública de atendimento por meio do Ambulatório de Filantropia do Hospital Sírio-Libanês, que completa neste mês onze anos de funcionamento.
Neste período, o espaço realizou mais de 2 mil cirurgias para o tratamento da doença entre pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Em média, são realizadas quase 7 mil consultas por ano.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo