Mudança brusca de temperatura ambiente pode trazer riscos à saúde

02 de junho - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

Paula Rosa

Mudanças bruscas de temperatura podem trazer riscos à saúde, como problemas cardiovasculares e pulmonares.

De maneira geral, nosso organismo é bem preparado para lidar com as mudanças súbitas de temperatura – do calor para o frio e vice-versa. Para evitar o chamado “choque térmico”, o jeito é ficar atento às variações bruscas, usando vestimentas adequadas ao sair de casa e cuidando da alimentação e da hidratação.

Mas qual a mudança de temperatura mais perigosa? Sair do quente para o frio ou do frio para o quente? O diretor do Laboratório de Treinamento e Simulação em Emergências Cardiovasculares do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da FMUSP, Sérgio Timerman, destaca que depende muito do ambiente em que a pessoa vive.

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“Nosso país é tropical, mais quente, então temos muito mais adaptabilidade para temperaturas elevadas. O que não acontece, por exemplo, com aqueles que vivem em países com um clima mais frio”, afirma.

Segundo ele, toda vez que o corpo precisa se adaptar a mudanças drásticas de temperatura, aciona um sistema chamado homeostase e diferentes órgãos agem em conjunto para manter o corpo em boas condições de funcionamento.

“Com a baixa de temperatura, por exemplo, aumenta-se em quase 30% os problemas cardiovasculares. Quando há calores intensos, podem surgir os acidentes cerebrais”, explica o especialista.

Os sintomas provocados pelo choque térmico variam de acordo com o grau de conflito climático sofrido, ou seja, algumas vezes você pode apenas se sentir incomodado, em outras o resultado pode ser mais intenso, resultando em arritmias cardíacas, alterações pulmonares e paralisia facial.

Quando a mudança de temperatura é do frio para o quente, por exemplo, a pressão sanguínea tende a cair, deixando o sangue mais viscoso e as artérias mais contraídas, exigindo um maior esforço para alimentar os órgãos que mais precisam de oxigenação de sangue.

Já do quente para o frio, a pressão costuma aumentar, podendo provocar uma crise hipertensiva.

“Neste caso, pessoas com problemas cardíacos são mais susceptíveis a mudanças de temperaturas. Quem sofre de alergias respiratórias também pode ter o quadro agravado pelo choque térmico, por causa do ressecamento das mucosas das vias aéreas”, finaliza o médico.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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