Por que as pessoas usam drogas?

28 de abril - 2017
Por: Equipe Coração & Vida

Desde que o mundo é mundo as pessoas buscam uma forma de alterar suas consciências, seja para fugir da realidade, ficar alegre ou apenas ter novas experiências.

E é essa busca por novas sensações que levam muitas vezes as pessoas a usarem algum tipo de droga, que pode ser lícita ou ilícita.

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As drogas são quaisquer substâncias que, ao serem consumidas, modificam processos bioquímicos no organismo, provocando alguma mudança fisiológica ou comportamental.

Por isso, nessa categoria, entram desde medicamentos e bebida alcoólica até o que popularmente denomina-se droga, como cocaína, maconha, anfetaminas, entre outros.

Foto: Shutterstock
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O objetivo é sempre o mesmo, ter alguma sensação de prazer com o uso da substância. Ou ainda buscar uma fuga da realidade, através de sensações que deixem para trás as preocupações, medos e inseguranças.

“A maioria das pessoas consome drogas – substâncias psicoativas – com a finalidade de obter alguma sensação prazerosa. Isto é valido tanto para as drogas lícitas, como álcool, tabaco ou medicamentos, quanto para as drogas ilícitas, como maconha, cocaína, anfetaminas e alucinógenos”, pontua Dartiu Xavier da Silveira Filho, médico e professor Livre-Docente do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Apesar da diferenciação para drogas lícitas e ilícitas no âmbito judicial e social, o organismo não as discrimina dessa forma. De maneira geral, as substâncias agem nas conexões entre as células nervosas (sinapses), onde se modificam as quantidades de neurotransmissores, como adrenalina, dopamina, serotonina e glutamato, que alteram as sensações do corpo.

“Não existe fundamentação científica para se diferenciar uma droga lícita de uma droga ilícita. Assim, muitas pessoas podem ter muitos problemas decorrentes do uso de uma droga, seja ela lícita ou não”, destaca Silveira Filho.

Os efeitos das drogas no organismo também variam de acordo com o tipo consumido, das características individuais do usuário e do contexto em que se dá este consumo.

De forma geral, as drogas podem ser classificadas em três grandes grupos: estimulantes (café, cocaína, anfetaminas); depressoras (álcool, derivados do ópio, solventes orgânicos, calmantes); e perturbadoras (maconha, LSD, ayahuasca, psilocibina, mescalina).

Um dos elementos que influencia tanto para o consumo de substâncias como para a dependência é o meio em que o usuário está inserido.

Tão danoso quanto o efeito a longo prazo de uma substância no organismo, que pode levar ao desenvolvimento de enfermidades, como o caso de doenças pulmonares para os fumantes, é o que leva a pessoa a usar drogas e qual a estrutura – familiar, amigos, trabalho, ambiente – em que está inserida.

“A chance de se desenvolver dependência está atrelada a vários fatores, porém para a imensa maioria das substâncias psicoativas este risco é relativamente pequeno, sendo 15% para o álcool, 9% para a maconha, 17% para a cocaína e 33% para o tabaco”, explica Silveira Filho.

Ou seja, independentemente da droga ser legal ou não, a grande maioria dos usuários consegue usá-la de forma controlada sem maiores prejuízos para a saúde.

O que muitas vezes não se planeja é ficar dependente delas, por subestimar o efeito que as drogas, sejam lícitas ou ilícitas, terão no corpo. E é o uso em demasia que costuma ocasionar danos, tanto para o organismo quanto para o convício social.

A dependência se caracteriza pelo uso de substâncias psicoativas de maneira descontrolada, onde o indivíduo consome quantidades maiores do que pretendia, mais frequentemente do que gostaria ou em contextos inadequados.

“A diferença essencial entre o uso recreativo e a dependência seria justamente a perda de controle. Assim, um usuário recreativo de álcool consegue consumir bebidas alcoólicas em quantidades moderadas, em geral não prejudiciais à saúde, em contextos adequados. Já o dependente de álcool frequentemente consome a bebida em grandes quantidades, com prejuízos físicos, psicológicos e sociais decorrentes deste uso”, exemplifica o médico.

Os danos decorrentes do uso de drogas dependem também da interação de diversos fatores, apresentando grande variabilidade.

“Se classificarmos as drogas segundo o risco associados ao seu consumo, poderíamos colocá-las em ordem decrescente de risco: álcool, heroína e crack. Entre as drogas de menor risco citaríamos o ecstasy e os alucinógenos, como LSD, cogumelos e mescalina. Ou seja, os riscos não têm qualquer relação com o fato de uma substância ser legal ou ilegal”, alerta o especialista.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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