Vacina contra gripe é estendida para toda a população; SP fica de fora
O Ministério da Saúde decidiu disponibilizar a vacina contra a gripe para toda a população, a partir desta segunda-feira (5), até o fim do estoque disponível, de 10 milhões. O Estado de São Paulo, no entanto, ficará de fora da oferta, já que não recebeu doses extras da vacina.
A campanha para os grupos prioritários (crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, puérperas – mulheres que estão no período de até 45 dias após o parto -, idosos, profissionais da saúde, professores da rede pública e privada, povos indígenas, pessoas privadas de liberdade e pessoas portadoras de doenças crônicas e outras doenças que comprometam a imunidade) também foi prorrogada até o dia 9 de junho, com o intuito de alcançar a meta de vacinação que, neste ano, é de 90%.
Segundo informações do G1, Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Maranhão, além do Distrito Federal, são os locais que oferecerão a vacina para toda a população. Alagoas, Amapá, Ceará, Pernambuco e São Paulo ficarão de fora, enquanto outros sete estados (Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Tocantis, Minas Gerais, Paraíba e Rondônia) ainda não se definiram sobre a questão.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que a ampliação do público na última semana da campanha ocorrerá porque ainda há doses disponíveis.
“Neste ano, tivemos poucos casos por influenza devido à baixa circulação do vírus. Em consequência disso, o público-alvo procurou menos os postos de saúde. No entanto, ainda há 10 milhões de doses de um montante de 60 milhões adquiridas. Para que não haja desperdício, já que estas vacinas só valem por um ano, decidimos estender a todas as faixas etárias, enquanto durarem os estoques.”
A população prioritária desta campanha é de 54,2 milhões de pessoas. Desse total, 76,7% foram vacinados. O Amapá foi o único estado que atingiu a meta até o momento, com 95,6% do público-alvo vacinado.
Entre o público-alvo, os trabalhadores da saúde foram os que registraram maior cobertura vacinal, com 3,9 milhões de doses aplicadas (84,5% deste público), seguidos pelos idosos (83,8%) e indígenas (83,6%). Os grupos que menos se vacinaram foram as crianças (62,3%), gestantes (62,4%), professores (76,7%) e puérperas (83,2%). Além do grupo prioritário, também foram aplicadas 8,4 milhões de doses nos grupos de pessoas com comorbidades, população privada de liberdade e trabalhadores do sistema prisional.
Vacina
A vacina contra gripe é segura e estudos demonstram que ela pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.
A vacina protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul, de acordo com determinação da OMS (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). Neste ano, houve mudança na cepa do vírus A H1N1 para A/Michigan/45/2015 (H1N1) pdm09. Desde 2009, a cepa do vírus A H1N1 utilizada nos países a sul da linha do Equador era A/California/7/2009 (H1N1) pdm09.
Prevenção
A transmissão dos vírus influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz).
À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples como medida de prevenção para evitar a doença, como lavar as mãos várias vezes ao dia, cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar, evitar tocar o rosto e não compartilhar objetos de uso pessoal, além de evitar locais com aglomeração de pessoas.
É importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe, devem procurar, imediatamente, o médico.
Os sintomas são febre, tosse ou dor na garganta, dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.
Dados
Até 1º de abril, foram registrados 276 casos de influenza em todo o país e 48 mortes em 2017. Do total, 21 foram por H1N1, sendo que seis evoluíram para óbito.
Em todo o ano passado, o Ministério da Saúde registrou 12.174 casos de influenza de todos os tipos no Brasil. Deste total, 10.625 foram por influenza A (H1N1), sendo 1.987 óbitos.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo