Correr na rua ou na esteira? Conheça os prós e contras de cada atividade

09 de agosto - 2017
Por: Equipe Coração & Vida

Talvez por ser um dos esportes mais práticos, a corrida está ganhando cada vez mais adeptos. Por não exigir nada além de um bom par de tênis e disposição, essa modalidade ganhou seguidores, mas também deixa alguns em dúvida se devem praticar a modalidade na esteira ou na rua. Conheça as vantagens e desvantagens de cada local.

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De acordo com o fisiologista do esporte do HCor Diego Leite de Barros, a rua exige mais do futuro atleta. “Quem corre na esteira pode ter dificuldades ao tentar reproduzir o mesmo movimento na rua”, explica.

Foto: Shutterstock
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Correr na esteira

A vantagem da esteira é que o esportista fica protegido contra as intempéries, já que o sol, a chuva ou o vento frio não atrapalham a corrida. Com isso, é mais fácil encontrar motivação para treinar mesmo em dias em que a vontade maior é de relaxar no sofá.

Além disso, a esteira ganha pontos quando a questão é minimizar o risco de lesões nos joelhos, já que absorve uma parte do impacto. “Quem tem algum problema articular no tornozelo, joelho ou quadril pode se beneficiar na esteira, já que ela tem um pouco de absorção”, explica o educador físico Fernando Nogueira, do Instituto Vita.

Por outro lado, a esteira não é tão eficaz quanto a rua na queima calórica, o que pode ser uma desvantagem para quem quer tem o foco de perder peso mais rápido. Além disso, quem corre na esteira faz menos esforço muscular do que aqueles que fazem a atividade na rua. A razão é simples.

“Na esteira você é o ponto fixo e o chão é o ponto móvel, logo, é o motor da esteira que está fazendo força para o chão da esteira andar. Na rua essa situação se inverte: você é móvel e o chão é o ponto fixo, então é a sua própria força muscular que te impulsiona para frente. Na esteira essa força é menor porque ela já está em movimento”, detalha o fisiologista sobre o gasto calórico mais baixo e menor uso dos músculos.

Assim como qualquer outro exercício, quem começa deve aumentar a intensidade de forma progressiva, para não estressar o organismo e receber lesões como recompensa pelo esforço.

Correr na rua

Quem tem vontade de participar de provas de rua deve priorizar treinos fora da esteira, já que parques ou ruas tranquilas são ideais para reproduzir a atmosfera da disputa. Quem for se aventurar em competições na rua treinando apenas na esteira, vai sentir dificuldade em reproduzir a mesma velocidade no asfalto.

Barros explica que o ideal para quem tem esse objetivo é realmente treinar fora de casa. “Para quem não tem sobrepeso ou outras restrições, não há contraindicações”, indica, aconselhando que a pessoa comece com uma caminhada e só depois evolua para a corrida.

Além do gasto calórico elevado, há também a surpresa das inclinações inesperadas, já que a rua nunca é totalmente plana como na esteira. A desvantagem, porém, se concentra no impacto. Quem tem algum problema articular pode ter o problema agravado se correr na rua sem orientação do especialista.

Fique atento com as lesões

Corredores de primeira viagem esquecem que o fortalecimento muscular e evolução gradativa são as principais medidas a serem tomadas para evitar lesões, e acabam com canelite – uma inflamação no osso da canela – ou alterações dolorosas nos quadris e joelhos.

“O mais importante é trabalhar o fortalecimento muscular. Todo mundo que corre – independentemente se é na esteira ou na rua – tem que se preocupar em fortalecer a musculatura não só dos membros inferiores, mas da região postural, que é toda a musculatura que sustenta o tronco. Com isso, a pessoa terá um posicionamento correto do corpo na hora da corrida”, recomenda Barros.

“A partir do momento que temos força muscular, as articulações ficam mais protegidas e absorvemos o impacto maior nos músculos e não nas articulações”, orienta.

Para quem é novato no esporte, exagerou na intensidade e está sentindo dores, é importante buscar ajuda médica o quanto antes para ver se houve alguma lesão. Quando tratada precocemente, as chances de se recuperar rapidamente são altas.

Escolha o tênis certo

Não é preciso necessariamente comprar um tênis de uma marca específica. O ideal é encontrar aquele calçado que tenha um ótimo amortecimento no calcanhar para absorver boa parte do impacto gerado pelo contato do pé com o chão.

“O melhor critério é sentir que o tênis é confortável e tem algum sistema adequado de absorção de impacto, um sistema que ajude a proteger as articulações”, ensina Barros. Lembre-se quem nem todos os tênis esportivos são iguais, então busque um específico para corridas.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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