Psoríase: informação é a melhor arma contra o preconceito
Cerca de 3% da população mundial, ou seja, mais de 125 milhões de pessoas têm psoríase e sofrem com o preconceito causado pela falta de informação.
No Dia Mundial da Psoríase, celebrado em 29 de outubro, o site Coração & Vida faz um alerta para a doença de pele, que é crônica, inflamatória e não contagiosa, caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas, normalmente em placas.
No Brasil, aproximadamente 5 milhões de brasileiros sofrem com os sintomas da doença, que tem um alto impacto na qualidade de vida dos pacientes.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a psoríase não tem cura, mas, com o tratamento adequado, é possível conviver com a doença.
“As causas da doença não são totalmente conhecidas. Há uma predisposição genética que, aliada a fatores do ambiente, podem desencadear o quadro. Infecções de garganta, medicações como certos antidepressivos a base de lítio, bem como o estresse e a ansiedade são fatores que desencadeiam ou agravam o problema”, explica Ricardo Romiti, coordenador do Ambulatório de Psoríase do Hospital das Clínicas da USP.
95% dos brasileiros não sabem o que é a doença e quase metade das pessoas que vivem com psoríase acredita que o preconceito causa mais angústia do que os próprios sintomas.
Segundo dados da pesquisa CLEAR, a maior já realizada no mundo para entender como vivem e o que sentem as pessoas com psoríase, de moderada a grave, o Brasil é o segundo país onde os pacientes são mais discriminados por conta da doença.
Por aqui, 96% dos pacientes já foram humilhados ou discriminados, enquanto a média global – que também é altíssima – é de 85%.
Tratamento
O tratamento deve ser acompanhado por um dermatologista.
É importante utilizar medicação local, hidratantes e tomar banho de sol. Também há medicações via oral e intravenosa.
Além dos tratamentos específicos para doença, em alguns casos é recomendável buscar terapia com psicólogo para ajudar a controlar o desgaste emocional causado pela insatisfação com a aparência.
Pesquisa
Para obter informações mais aprofundadas, a SBD realizou um mapeamento para medir a prevalência da psoríase diagnosticada por médicos nas capitais do Brasil.
Foi realizada uma pesquisa inédita na América do Sul, que mostra a variação da prevalência da doença nas regiões brasileiras, indo de 0,92% na região Norte a 1,88% na região Sudeste.
Segundo Hélio Miot, dermatologista e coordenador da pesquisa, foram explorados fatores que pudessem explicar a grande variabilidade de prevalências constatada entre as capitas das diversas regiões brasileiras.
“Concluímos que a proporção de ancestralidade europeia, a menor incidência solar e a maior densidade de dermatologistas são elementos que se associaram à maior prevalência em algumas capitais”, explica.
Para o dermatologista Marcelo Arnone, que, ao lado de Miot e de Ricardo Romiti também trabalhou na coordenação do levantamento, algumas capitais podem ter apresentado um percentual de casos inferior a sua prevalência na população.
“Sabemos que, dependendo da região do país, o acesso da população ao sistema de saúde é mais difícil. Podem existir, então, casos não diagnosticados, mas não é possível mensurá-los”, diz.
Já a prevalência por idade mostrou que os idosos são mais acometidos, com a incidência de 2,29% entre maiores de 60 anos, contra 0,58% entre menores de 30 anos e 1,39% em adultos entre os 30 e os 60 anos.
Das cinco regiões do Brasil, houve mais casos diagnosticados nas regiões Sul e Sudeste.
Fatores de risco
Apesar de as causas ainda não estarem totalmente esclarecidas, é possível identificar fatores que levam ao aparecimento da doença:
– Predisposição genética
– Estresse emocional
– Infecções
– Traumas físicos e psíquicos
– Efeito colateral de alguma medicação
– Tabagismo
– Alcoolismo
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo