Os idosos e a febre amarela
Desde que a epidemia de febre amarela começou, ainda em 2017, vieram à pauta as preocupações com a vacinação (como acontece em tempos de aumento de casos de uma doença). Muitas dúvidas surgiram, entre elas sobre a necessidade de pessoas acima dos 60 anos, os idosos, tomarem a dose.
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“O risco de uma pessoa acima de 60 anos adquirir doença viscerotrópica ou neurotrópica após a vacinação é maior do que nos adultos mais jovens”, explica Reinaldo de Menezes Martins, médico e consultor científico sênior da Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunológicos da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
“E, nos acima de 70 anos, o risco é ainda mais elevado.” Por isso, a recomendação dos especialistas é que esse grupo, em geral, fique fora da campanha de vacinação.
Acontece que, em situações raras, o corpo humano mais debilitado não consegue conter a multiplicação do vírus (atenuado, mas vivo) inserido pela vacina.
As consequências podem evoluir para insuficiência renal, hepática e cardíaca, problemas de coagulação, hepatite fulminante e morte em pessoas com baixa imunidade.
A vacina da febre amarela da Bio-Manguinhos, por exemplo, é produzida com vírus vivos e obtida por atenuação da subcepa 17DD do vírus cultivado em ovos de galinha embrionados livres de germes patogênicos.
Sendo uma vacina viva, alguns grupos etários precisam tomar precauções específicas, como as pessoas com 60 anos ou mais.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo