Endometriose: 6 sintomas que não devem ser ignorados
Por Daniela Spilotros
Quem se lembra das aulas de reprodução humana na escola sabe: todos os meses, o útero se prepara para receber um óvulo fertilizado e, se a gravidez não ocorre, o endométrio (tecido que reveste a parede uterina) descama, sendo eliminado na menstruação. Na endometriose, esse ciclo não se cumpre.
A doença é caracterizada pela presença do endométrio em outros órgãos – ou seja, esse tecido desloca-se do útero para os ovários, bexiga, intestinos e outros locais.
O distúrbio, que atinge entre 5% e 15% das mulheres na fase reprodutiva e costuma ser diagnosticado na faixa dos 30 anos, é uma das principais causas de infertilidade feminina. Mauricio Simões Abrão, professor associado e responsável pelo setor de Endometriose do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, alerta sobre os principais sintomas, confira:
– Cólica menstrual: conhecida como dismenorreia, é a cólica severa ou incapacitante, que afasta a mulher de suas atividade;
– Dor na relação sexual: também chamada dispareunia, é uma dor geralmente provocada pela penetração profunda, quando o pênis toca o fundo da vagina;
– Infertilidade: a dificuldade para engravidar é um forte sinal da doença;
– Dor pélvica acíclica: dor entre as menstruações, que pode ser intermitente ou persistir durante dias;
– Dor para urinar: esse desconforto ocorre geralmente durante o período menstrual;
– Dor para evacuar: mais comum durante a menstruação, pode acompanhar alguma alteração intestinal, como diarreia ou prisão de ventre.
Tem como prevenir?
Como a endometriose tem causas desconhecidas, e cerca de 10% das pacientes são assintomáticas, a detecção precoce é a melhor forma de prevenir complicações. “Quanto antes for diagnosticada, maiores são as chances de sucesso do tratamento, podendo-se evitar a infertilidade e quadros mais severos, como a necessidade de histerectomia, a retirada do útero”, explica o médico.
Ao notar qualquer um dos sintomas, não hesite em procurar o ginecologista para avaliação e acompanhamento desses sinais, pois a doença é progressiva e atinge três esferas: superficial, ovariana e profunda, de acordo com os órgãos envolvidos.
E Abrão finaliza com um alerta: vários estudos associam a endometriose ao estresse e à deficiência do sistema imunológico, entre outros fatores. “Por isso, ao falar em prevenção, devemos estimular a melhora da qualidade de vida, o que envolve cuidados não só com alimentação e atividade física, mas, sobretudo, com a saúde emocional da mulher”.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo