Doenças de pele e alergias agravadas no inverno
Estamos a menos de um mês do início da estação mais fria do ano e a temperatura gelada já começa a se manifestar. Para os amantes do inverno, é tempo de comemorar. Mas há, também, quem sofra muito com alergias e ressecamento da pele. “A menor exposição ao sol leva à menor síntese de vitamina D, rica em propriedades anti-inflamatórias e regenerativas, que protegem a pele de agressões externas”, explica a alergista e imunologista clínica do Hospital Sírio-Libanês, Fanny Lima.
Também é nos dias de inverno que a frequência de banhos mais quentes aumenta. A prática faz com haja perda da hidratação natural da pele e, com isso, aumente o estímulo para o surgimento das chamadas dermatites: distúrbios inflamatórios causados por reações do sistema imunológico que envolvem a pele — muitas vezes agravados pelo tempo frio.
As dermatites podem ser de contato — reação inflamatória na pele decorrente da exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia –, ou atópica, definida como uma doença crônica da pele, que apresenta erupções e/ou crostas. Ambos os tipos podem apresentar reações ainda mais intensas com o ressecamento da pele no inverno.
Entre os principais sintomas comuns a todas as inflamações da pele estão coceira, vermelhidão, erupção cutânea e descamação; podendo atingir adultos e crianças. Mas, atenção: não é preciso pânico! As inflamações, na grande maioria dos casos, não são consideradas graves e, tampouco são contagiosas. De acordo com a especialista, é possível viver bem e controlar a condição específica. Mas, claro, há algumas precauções.
Fanny explica que o primeiro, mais básico e eficiente cuidado é ingerir dois litros de água por dia, a fim de manter a pele sempre hidratada. “Além disso, é importante evitar o uso de buchas e sabonetes abrasivos, especialmente os antissépticos, pois favorecem a retirada do óleo natural da pele, deixando-a desprotegida”, enfatiza.
Em casos de dermatites graves, cujas reações são mais intensas, ou daquelas consideradas autoimunes, ou seja, provocadas pelo próprio sistema imunológico, a exemplo de psoríase, a orientação médica não é mais opcional. A partir daí, torna-se fundamental.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo