Cigarros que enganam

01 de julho - 2014
Por: Equipe Coração & Vida
cigarro
Foto: Shutterstock

O número de fumantes caiu no Brasil. Na década de 80, estimativas indicavam que a cada cem pessoas, 30 fumavam. Hoje, o índice é de 11 em 100. A notícia é boa, mas o combate ao tabagismo não pode relaxar. Dez em cada dez médicos concordam que o cigarro é o pior dos males para a saúde.

Seu consumo causa uma série de doenças diferentes, especialmente problemas no coração, na circulação, diversos tipos de câncer e distúrbios respiratórios. Além disso, trata-se de um vício, uma dependência química – até emocional – e difícil de largar. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), são cerca de seis milhões de mortes por ano causadas pelo tabagismo. “Nada é mais importante para a saúde pública do que convencer a população a parar de fumar”, diz a cardiologista Jaqueline Issa, diretora do Ambulatório de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC-SP).

No entanto, mesmo diante do número de fumantes em queda, os especialistas começam a lidar com uma nova e perigosa vertente crescente do tabaco: os cigarros que enganam.

O cigarro eletrônico surgiu como um coadjuvante importante no combate ao vício. O exagero, no entanto, já começa a surtir efeito contrário. “A quantidade de componentes, de substâncias nocivas, é menor. Mas não deixa de causar prejuízos ao organismo e pode, sim, levar à dependência”, afirma Jaqueline.

O aparelho é um dispositivo que produz vapor inalável, de diversos sabores, mas que pode levar nicotina. Também imita o hábito de fumar, o que para muitos fumantes se torna um obstáculo para largar o vício.

Quem acredita estar livre das consequências do cigarro por fumar apenas nos finais de semana também está enganado. “O organismo do fumante assumido, de certa forma, se adapta às substâncias nocivas. Quando o fumo é esporádico, os efeitos se tornam agudos e geram maior impacto”, diz a especialista. O resultado é o registro de muitos casos de infarto e de acidente vascular cerebral (AVC) entre fumantes eventuais.

Há ainda o narguilé, moda entre jovens. Baladas e restaurantes descolados oferecem o cachimbo de água de origem indiana. Com alta concentração de monóxido de carbono e sem filtro, uma hora de narguilé equivale a dez cigarros. O contato do cachimbo, passando de boca em boca, pode desencadear doenças contagiosas, como tuberculose.

Por fim, os cigarros aromatizados e com sabor parecem refrescar, mas também são perigosos. Não bastassem as substâncias nocivas, despertam uma sensação prazerosa. “É artimanha da indústria para manter um negócio lucrativo baseado em um vício”, finaliza Jaqueline. Para ela, a essência do jovem é experimentar. Por isso, campanhas de conscientização e explicações claras dos riscos envolvidos em diferentes tipos de tabaco são essenciais. Além, é claro, do bom exemplo e orientações precisas dentro de casa.

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