Maus hábitos aumentam incidência de doenças cardíacas
Suzane G. Frutuoso
Obesidade, sedentarismo, tabagismo, diabetes, hipertensão, estresse. O conjunto é explosivo e responsável por um assustador índice de mortes no mundo a cada ano – cerca de 20 milhões, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, não é diferente. Para reverter o quadro preocupante, a população deve compreender o impacto dos maus hábitos na saúde e estabelecer a melhor maneira de eliminá-los.
Com base nos dados do estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que entrevistou 53 mil pessoas e foi divulgado pelo Ministério da Saúde, Coração & Vida traz este especial para mostrar a importância da conscientização.
A proposta é explicar, em uma série de três posts , quais são e como se manifestam os fatores de risco cardíaco, além de indicar como minimizar seus efeitos.
Confira abaixo as demais matérias do Especial Fatores de Risco
Estresse e cigarro trazem sérios riscos ao coração
Hipertensão e diabetes também prejudicam o coração
Obesidade e sedentarismo
A gordura excessiva no organismo, geral ou localizada, vem da combinação de alimentação errada e falta de gasto calórico adequado. Ela é importante para manter as funções do corpo e proteger os órgãos. No entanto, além do limite, compromete o metabolismo e acarreta doenças.
Estudo realizado pela Universidade de Adelaide, na Austrália, avaliou o impacto do peso na saúde do coração. Os pesquisadores descobriram que a obesidade causa mudanças na estrutura e no tamanho do órgão e altera seu funcionamento, levando à arritmia cardíaca.
É bom lembrar que o desequilíbrio consequente da obesidade resulta em elevação do colesterol. A substância gordurosa é encontrada naturalmente no corpo e tem o papel de manter cada célula funcionando adequadamente. Seu acúmulo no sangue, porém, aumenta o risco para o coração.
Ainda segundo a pesquisa Vigitel, metade dos brasileiros apresenta sobrepeso: 51% dos entrevistados se declararam acima do peso ideal, sendo 17,4% deles obesos. “Quanto maior a escolaridade, menor a taxa de obesidade e excesso de peso. Isso prova que não se trata de uma situação imutável. Podemos modificar essa realidade com políticas públicas e mudança de comportamento”, afirma Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância da Saúde do ministério, no dia da divulgação dos dados.
Há, porém, dois indicadores positivos: hoje, 19,3% dos homens e 27,3% das mulheres comem cinco porções por dia de frutas e hortaliças, quantidade recomendada pela OMS. Ao mesmo tempo, houve aumento na frequência de atividade física de 30,33% para 33,8% nos últimos cinco anos.
– O que fazer?
Não há segredo. Alimentação menos gordurosa, com mais frutas e hortaliças e atividade física são soluções para reverter o quadro da obesidade/sedentarismo. Lutar contra o sedentarismo é tão essencial para o coração quanto controlar o que se coloca no prato. Como toda musculatura, o órgão se fortalece com a prática, conseguindo bombear mais sangue para o organismo a cada batimento e com um desempenho menos estressante. Na hora do exercício, prefira os aeróbicos, que queimam mais calorias (corrida, caminhada, natação, bicicleta, dança, etc). Consulte antes um médico para avaliar qual a melhor opção.