Saiba como o sol impacta na regulação do sono

03 de junho - 2019
Por: Equipe Coração & Vida
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A privação do sono pode trazer cansaço, perda de memória, obesidade e risco de doenças cardiovasculares. Foto: Unsplash

Menos luzes do celular na hora de dormir, e mais luz do sol durante o dia. Essa combinação pode fazer você dormir mais e melhor. Um estudo de 2014, realizado com trabalhadores mostrou que indivíduos que tinham janelas em seu local de trabalho e, portanto, estavam mais expostos à luz do sol, apresentam hábitos de sono mais saudáveis e um melhor bem-estar geral, em comparação com aqueles que passam o dia inteiro trancados em ambientes fechados. Isso acontece porque a exposição à luz solar ao longo do dia equilibra o chamado ‘ritmo circadiano’, ou relógio biológico — período de aproximadamente 24 horas sobre o qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, sendo influenciado principalmente pela variação de luz.

É esse ciclo o responsável por “avisar” ao nosso organismo e metabolismo que durante o dia devemos estar despertos e que a noite serve para o descanso. Quando o Sol se põe e a luz vai embora, a melatonina, ou o chamado  “hormônio do sono”, começa a ser produzida (pela glândula pineal, localizada no cérebro). É este hormônio que induz o cérebro a sentir sono, ao sinalizar ao corpo sobre quando é dia e quando é noite. Por isso a importância de desligar os dispositivos eletrônicos na hora de dormir.

“As luzes artificias também inibem a produção de melatonina, que prepara o corpo para o sono. A privação do sono pode trazer além de cansaço, perda de memória, obesidade e risco de doenças cardiovasculares”, alerta Geraldo Lorenzi Filho, médico, pós doutor em Medicina do Sono, e diretor do Laboratório do Sono, do Instituto do Coração (InCor).

De acordo com o médico, os distúrbios de sono são cada vez mais comuns, e a quantidade de horas dormidas por noite está em queda. A falta de contato com a natureza e com a luz do Sol pode ser um dos fatores responsáveis. “Os homens primitivos, que tinham muito mais contato com a natureza e com a luz solar do que hoje, dormiam, em média, de 8 a 9 horas por dia. Hoje, essa média é de 6 horas”, diz.

O especialista lembra, ainda, que outro fator importante para regular o sono é a prática de exercícios físicos. “A necessidade de sono de cada indivíduo é variável. Mas é possível afirmar que a prática esportiva também é benéfica para uma boa noite de sono”.

De acordo com a revista americana Consumer Reports, uma pesquisa — ainda em andamento — sugere mais vantagens sobre a exposição ao sol, como por exemplo a redução do apetite, risco de obesidade, de diabetes tipo 2, e de algumas doenças autoimunes.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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