Amor ao próximo ajuda a melhorar a saúde

30 de dezembro - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

O oferecimento de ajuda aos amigos, conhecidos e até desconhecidos pode mitigar o impacto de estressores diários sobre nossas emoções e nossa saúde mental. É isso o que diz uma pesquisa publicada este mês na Clinical Psychological Science, um periódico da Association for Psychological Science de Washington, nos Estados Unidos.

“Nossa pesquisa mostra que, quando ajudamos os outros, também podemos ajudar a nós mesmos”, explica a autora do estudo, Emily Ansell, da Escola de Medicina da Universidade de Yale.

Foto: Shutterstock
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“Dias estressantes geralmente levam as pessoas a piorar de humor e, então, piorar sua saúde mental. Mas os nossos resultados sugerem que, se fizermos pequenas coisas para os outros, como segurar uma porta aberta para alguém, isso faz com que o indivíduo deixe de se sentir tão mal em dias agitados.”

Muitas vezes, as pessoas recorrem a outros para pedir apoio quando estão se sentindo estressadas. Mas os resultados do estudo sugerem que inverter esse quadro e fazer pró-ativamente coisas para os outros pode ser uma outra estratégia eficaz para lidar com preocupações diárias e tensões.

“A temporada de fim de ano, com tantas festas e providências a tomar, pode ser um momento muito opressor”, diz Emily. Por isso, segundo ela, tirar um pouco o foco de si e pensar nas pessoas que nos cercam e perguntar se eles precisam de ajuda – se oferecer para ajudar com qualquer tarefa banal, mas mostrando interesse –, pode acabar ajudando todo mundo a se sentir melhor.

Emily Ansell se baseou em experimentos em laboratório que mostraram que o apoio pode ajudar as pessoas a lidar com o estresse, aumentando suas experiências de emoção positiva. Ela e duas colegas também de Yale realizaram avaliações em que as pessoas usaram seus smartphones para informar sobre seus sentimentos e experiências na vida diária. Participaram do estudo 77 adultos, entre 18 e 44 anos, por 14 dias.

Os participantes recebiam um lembrete por celular a cada noite e faziam sua avaliação diária. Eles foram convidados a relatar quaisquer eventos estressantes vivenciados naquele dia em vários domínios (por exemplo, no aspecto interpessoal, trabalho/educação, casa, finanças, saúde) e o número total de eventos compuseram a medida de estresse diário.

Eles também foram solicitados a relatar se tinham envolvido em vários comportamentos em relação a outras pessoas (por exemplo, segurado uma porta, ajudado com as lições de casa, oferecido auxílio no trabalho).

Os participantes completaram ainda formulários sobre a relação Positivo/Negativo de como eram afetadas pelas situações diárias, uma medida que se usa para avaliar a escala de emoções – sendo que eles foram convidados a registrar seu estado de saúde mental usando um controle deslizante em uma escala que varia de 0 (ruim) a 100 (excelente).

Os resultados indicaram que ajudar os outros impulsionou o bem-estar diário dos participantes. Um maior número de comportamentos de ajuda foi associado a níveis mais altos de emoção positiva diária e melhor saúde mental em geral.

“Foi surpreendente o quão forte e uniforme os efeitos de ajudar aos outros influenciaram em experiências diárias”, explicou Emily Ansell.

“Agora, isso pode ajudar a esclarecer se a prescrição de comportamentos pró-sociais [como trabalho voluntário, por exemplo] podem ser usadas como uma intervenção potencial para lidar com o estresse – particularmente em indivíduos que estão experimentando depressão ou estresse agudo”, conclui.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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