Aprovação de pesquisa no Brasil demora até 1 ano, diz médico

10 de agosto - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

Médicos pesquisadores do país estão questionando a burocracia para aprovação de pesquisas clínicas no Brasil, motivados por uma proposta da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) de revisão das normas sobre o tema no Brasil.

“Em média, temos de seis meses a um ano pra aprovar qualquer pesquisa clínica no Brasil. Em outros países, o prazo é de 20 ou de 30 dias. Não tem nexo, nós estamos perdendo muitas oportunidades, são centenas de pesquisas que deixaram de ser feitas e milhões de dólares que deixaram de ser aplicados no Brasil”, afirma o superintendente do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina Neto, ex-secretário de Saúde de São Paulo.

Dr. Gonzalo Vecina Neto Foto: Maurilo Clareto
Dr. Gonzalo Vecina Neto
Foto: Maurilo Clareto

Vecina e outros 43 profissionais como Roberto Kalil Filho, diretor do Instituto do Coração (InCor), e Paulo Hoff, diretor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), assinaram, na semana passada, uma carta aberta à presidente Dilma Rousseff pedindo providências sobre o atraso na pesquisa clínica no país.

Para o grupo, o modelo de aprovação das pesquisas no país submete os cientistas e os pacientes a um processo burocrático e lento. Todos os pedidos são entregues à Conep, órgão vinculado ao Conselho Nacional de Saúde.

“A Conep tem muita preocupação com a ética, mas não tem com a celeridade dos processos, que é uma condição fundamental para a condução das pesquisas”, destaca Vecina, deixando claro que os pesquisadores são favoráveis ao rigor ético nessa área.

“Nós achamos que temos que ter um sistema ético de proteção à figura do paciente da forma mais segura possível. Proteger o sujeito é uma coisa, não analisar nunca a proposta é outra.”

Os cientistas defendem que a Conep passe a ser vinculada a outro órgão que não seja o Conselho Nacional de Saúde.

“Nós esperamos que o ministro da Saúde e a presidente se sensibilizem e adotem uma posição de retirada da Conep do Conselho Nacional de Saúde e a subordine a um órgão que tenha mais relação com pesquisa e que se preocupe mais com os prazos”, defende Vecina.

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