As mulheres e a chance ao novo: já pensou em testar o uso de coletor menstrual?

09 de setembro - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

Toda mulher, um dia, passou por aqueles momentos constrangedores de, primeiramente, entender o que era o ciclo menstrual, depois falar sobre isso com a mãe, irmã ou amigas e, às vezes, ainda lidar com os percalços do uso de absorventes internos e externos. Muitas mulheres, agora, estão apostando em uma “revolução” nesse aspecto: o uso de coletores menstruais vem se tornando algo mais comum.

O coletor é um “copinho” projetado para ser usado de modo parecido com um absorvente interno. Durante a menstruação, o sangue é coletado por ele – feito de silicone especial para uso médico.

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

Não é exatamente um artigo novo. A primeira patente de um coletor menstrual (parecida com o que é vendido hoje) data de 1937. Foi feita por uma norte-americana, Leona Chalmers, que era atriz e escritora – e, como inventora nas horas vagas, trabalhou junto a ginecologistas para criar um meio de coletar o sangue menstrual mais conveniente e higiênico.

Acontece que os absorventes evoluíram, industrialmente, de modo mais ligeiro e com menos investimentos (o primeiro coletor era feito de borracha, material que sofreu uma grande crise durante a Segunda Guerra Mundial).

As mulheres, então (primeiro na América do Norte e na Europa e, mais recentemente, há bem poucos anos, no resto do mundo), voltaram a descobrir que aquela invenção, modernizada, podia ter mesmo muitas vantagens.

“O coletor vem sendo comentado e vem ficando mais conhecido principalmente por ser mais higiênico”, diz o Dr. Maurício Abrão, ginecologista, obstetra e coordenador científico do Centro de Reprodução Humana do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

De fato, a superfície de silicone, lavável, não absorve líquidos e não provoca alterações no ambiente vaginal, diferente dos absorventes comuns.

Para muitas mulheres, a questão é também de ecologia: o coletor evita o descarte de dezenas de absorventes a cada ciclo menstrual. Apesar de custar caro, entre R$ 70 e R$ 90 dependendo da marca, a maioria dos coletores promete entre 8 e 12 horas de proteção (dependendo do fluxo). Cada um pode durar vários anos (e pode ser levado dentro da bolsa, em um saquinho ou estojo, como se faz com o absorvente comum e o interno).

O coletor deve ser inserido dobrado, em formato de “U”. Sua flexibilidade faz com que ele se abra e se molde ao corpo. Depois de horas de uso, basta puxar pela haste, retirar, enxaguar e recolocar.

Após ser inserido, o coletor fica em posição mais baixa do que um tampão, o que deve facilitar a remoção. Entre um ciclo e outro, recomenda-se fazer uma limpeza mais profunda, com esterilização do produto em água fervente por 5 minutos.

“Diferente do absorvente, que retém o sangue em contato com a pele, esse coletor permite o descarte do líquido – o que faz muitas mulheres se sentirem melhor, menos incomodadas em sua rotina”, explica Abrão.

A grande maioria das mulheres que optam por usar os coletores sente alguma preocupação no começo, mas logo se adaptam. É possível fazer quase qualquer atividade com ele – e os relatos em consultório médico indicam que, mesmo parecendo grande, é muito flexível e não causa lesões no colo do útero ou problemas semelhantes.

“O produto é indicado para a mulher que tenha já iniciado a atividade sexual, em boa parte porque fica mais fácil para a colocação”, explica o ginecologista. Normalmente, o conforto no uso é total.

“O odor também se torna menor – e o coletor não atrapalha a mulher na hora de urinar ou de dormir. O risco de vazamentos, segundo consta, também é bem baixo, porque ele se adapta ao canal”, finaliza.

A maioria dos coletores vem em dois tamanhos, A e B ou 1 e 2. Os fabricantes sugerem um tipo para quem tem mais de 30 anos ou tem filhos e outro para mulheres com menos de 30 e sem filhos. Os detalhes vêm descritos na embalagem para saber qual é mais apropriado – e sanar as últimas dúvidas sobre essa “antiga novidade” cada vez mais em pauta.

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Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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