Gravidez e bebida alcoólica não combinam

10 de maio - 2018
Por: Equipe Coração & Vida

A mulher grávida costuma se perguntar se há problema em beber uma taça de vinho ou um copinho de cerveja de vez em quando. E a resposta pode mesmo confundir um pouco, já que os médicos também se dividem nessa questão.

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Alguns deles, baseados em pesquisas científicas, recomendam que se evite completamente o álcool ao esperar um bebê; outros, também de acordo com estudos, dizem que é improvável que bebidas leves e ocasionais prejudiquem a criança.

Por décadas, os pesquisadores atestaram que o consumo excessivo de álcool durante a gravidez pode causar defeitos congênitos – e males como a Síndrome do Alcoolismo Fetal. Mas os efeitos potenciais de pequenas quantidades de álcool em um bebê em desenvolvimento não são bem compreendidos.

As pesquisas divergem, mas a maioria dos médicos desaconselha qualquer quantidade de álcool na gravidez. Foto: Shutterstock
As pesquisas divergem, mas a maioria dos médicos desaconselha qualquer quantidade de álcool na gravidez. Foto: Shutterstock

Apesar dos riscos (e baseadas nos palpites de amigas dizendo ter tomado um golinho aqui, outro ali sem problemas), fica claro que muitas futuras mães não desistem totalmente do álcool.

E um estudo recente nos Estados Unidos registrou que cerca de uma em cada oito mulheres grávidas afirma ingerir pelo menos um copo de bebida alcoólica ao mês.

 

Qual é o limite?

“O problema com o consumo de álcool durante a gravidez é que não há quantidade comprovadamente segura”, explicou a norte-americana Robyn Horsager-Boehrer, obstetra e professora que conduziu uma pesquisa nesse tema para a Universidade do Texas.

“Também é difícil prever o impacto de beber para esta ou aquela mulher, porque algumas gestantes têm níveis mais altos da enzima que decompõe o álcool”, disse a médica em suas conclusões.

Se uma mulher grávida com baixos níveis dessa enzima bebe, seu bebê pode ser mais suscetível a danos, porque o álcool pode circular em seu corpo por um longo período de tempo.

 

Mais pesquisas são necessárias

Embora o consumo pesado de álcool seja, claro, prejudicial, os riscos de beber leve e moderadamente não são tão claros. Algumas reportagens de 2010, por exemplo, tranquilizaram as mães divulgando um estudo realizado no Reino Unido.

Nele, os médicos relataram que crianças de 5 anos de idade cujas mães ingeriram de uma a duas doses de bebida alcoólica por semana durante a gravidez não mostraram qualquer risco aumentado de problemas comportamentais ou cognitivos.

Tempos depois, os próprios pesquisadores e outros estudos alertaram que seria possível que problemas de desenvolvimento ligados ao consumo materno de álcool poderiam surgir mais tarde na infância.

 

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

 

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