Brasil já registra 2.401 casos suspeitos de microcefalia
Os últimos dados do Ministério da Saúde, divulgados nesta terça-feira (15), apontam para 2.401 casos suspeitos de microcefalia, identificados em 549 municípios de 20 estados do Brasil.
Do total, 134 foram relacionados ao Zika vírus, 102 foram descartados e 2.165 estão sob investigação.
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Microcefalia
Seis estados entraram para a lista de locais com casos suspeitos de microcefalia provocada pelo Zika: Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, São Paulo e Rio Grande do Sul. Também fazem parte da lista Pernambuco, Paraíba, Bahia, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Ceará, Maranhão, Piauí, Tocantins, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.
Foram notificados 29 óbitos, sendo um no Ceará, relacionado ao Zika; dois no Rio de Janeiro, descartados; e 26 sob investigação.
O Zika é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. O site Coração & Vida faz um alerta para que a população não descuide dos criadouros. A dica é sempre adotar hábitos como armazenar lixo em sacos plásticos fechados, manter a caixa d’água vedada e não deixar água acumulada em calhas.
Também é importante encher com areia os pratinhos dos vasos de plantas e tratar a água de piscinas e espelhos d’água com cloro.
O Ministério da Saúde decidiu mudar o critério para definir os casos de microcefalia em recém-nascidos. A medida utilizada para contabilizar as ocorrências, a partir da circunferência da cabeça do bebê, deve passar de menor ou igual a 33 cm para menor ou igual a 32 cm.
Com a mudança, que vale apenas para partos não prematuros, o governo espera agilizar a confirmação dos casos.
Situações em que a medida estiver entre 32 e 33 cm serão definidas como “intermediárias”.
Microcefalia
A microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal.
Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas, agentes biológicos infecciosos (bactérias, vírus e radiação), síndrome de Rett, envenenamento por mercúrio ou cobre, meningite, desnutrição, HIV materno, doenças metabólicas na mãe, como fenilcetonúria, e uso de medicamentos contra epilepsia, hepatite ou câncer nos primeiros 3 meses de gravidez.
A microcefalia pode ser classificada como primária, quando os ossos do crânio se fecham até os sete meses de gravidez, ocasionando mais complicações durante a vida; ou secundária, quando os ossos se fecham na fase final da gravidez ou após o nascimento do bebê.
As crianças com microcefalia podem apresentar atraso mental, déficit intelectual, paralisia, convulsões, epilepsia, autismo e rigidez dos músculos.
A doença é grave e não tem cura, e a criança pode precisar de cuidados por toda a vida, sendo dependente para comer, se mover e fazer suas necessidades, dependendo da gravidade da microcefalia.
Tratamento
Uma das possibilidades de tratamento é fazer uma cirurgia para separar ligeiramente os ossos do crânio, nos dois primeiros meses de vida, para evitar a compressão do cérebro que impede seu crescimento.
Quando, além da microcefalia, a criança possui hidrocefalia, que é a presença de líquido dentro do cérebro, também existe a possibilidade de colocar um dreno para controlar esse líquido.
Normalmente, a criança precisa de fisioterapia por toda a vida para se desenvolver melhor, além de medicamentos que atuam diminuindo os espasmos musculares e melhorando a tensão dos músculos.
Zika vírus
Quem contrai o vírus pode apresentar febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira, artralgia (dores em articulação) e exantema maculo-papular (erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.
Como ainda não existe um exame específico que identifica o vírus Zika, além do teste de sangue, que descarta doenças mais graves como dengue, chinkungunya, sarampo e mononucleose, o diagnóstico clínico do médico é imprescindível para identificar a febre.
Gestantes
É importante que as gestantes mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico.
O Ministério da Saúde reforça ainda a orientação de não consumirem bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.