Brasil já registra 3.174 casos suspeitos de microcefalia
Os últimos dados do Ministério da Saúde, divulgados nesta terça-feira (5), apontam para 3.174 casos suspeitos de microcefalia, identificados em 684 municípios de 21 estados do Brasil.
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Microcefalia
Pernambuco continua sendo o estado com maior número de casos (1.185), seguido por Paraíba (504), Bahia (312) e Rio Grande do Norte (169). Pela primeira vez, está sendo investigado um caso no estado do Amazonas. Também estão sendo investigados 38 óbitos de bebês com microcefalia possivelmente relacionados ao vírus Zika.
O Zika é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. O site Coração & Vida faz um alerta para que a população não descuide dos criadouros. A dica é sempre adotar hábitos como armazenar lixo em sacos plásticos fechados, manter a caixa d’água vedada e não deixar água acumulada em calhas.
Também é importante encher com areia os pratinhos dos vasos de plantas e tratar a água de piscinas e espelhos d’água com cloro.
O Ministério da Saúde decidiu mudar o critério para definir os casos de microcefalia em recém-nascidos. A medida utilizada para contabilizar as ocorrências, a partir da circunferência da cabeça do bebê, passou de menor ou igual a 33 cm para menor ou igual a 32 cm.
Com a mudança, que vale apenas para partos não prematuros, o governo espera agilizar a confirmação dos casos.
Situações em que a medida estiver entre 32 e 33 cm serão definidas como “intermediárias”.
Microcefalia
A microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal.
Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas, agentes biológicos infecciosos (bactérias, vírus e radiação), síndrome de Rett, envenenamento por mercúrio ou cobre, meningite, desnutrição, HIV materno, doenças metabólicas na mãe, como fenilcetonúria, e uso de medicamentos contra epilepsia, hepatite ou câncer nos primeiros 3 meses de gravidez.
A microcefalia pode ser classificada como primária, quando os ossos do crânio se fecham até os sete meses de gravidez, ocasionando mais complicações durante a vida; ou secundária, quando os ossos se fecham na fase final da gravidez ou após o nascimento do bebê.
As crianças com microcefalia podem apresentar atraso mental, déficit intelectual, paralisia, convulsões, epilepsia, autismo e rigidez dos músculos.
A doença é grave e não tem cura, e a criança pode precisar de cuidados por toda a vida, sendo dependente para comer, se mover e fazer suas necessidades, dependendo da gravidade da microcefalia.
Tratamento
Uma das possibilidades de tratamento é fazer uma cirurgia para separar ligeiramente os ossos do crânio, nos dois primeiros meses de vida, para evitar a compressão do cérebro que impede seu crescimento.
Quando, além da microcefalia, a criança possui hidrocefalia, que é a presença de líquido dentro do cérebro, também existe a possibilidade de colocar um dreno para controlar esse líquido.
Normalmente, a criança precisa de fisioterapia por toda a vida para se desenvolver melhor, além de medicamentos que atuam diminuindo os espasmos musculares e melhorando a tensão dos músculos.
Zika vírus
Quem contrai o vírus pode apresentar febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira, artralgia (dores em articulação) e exantema maculo-papular (erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.
Como ainda não existe um exame específico que identifica o vírus Zika, além do teste de sangue, que descarta doenças mais graves como dengue, chinkungunya, sarampo e mononucleose, o diagnóstico clínico do médico é imprescindível para identificar a febre.
Gestantes
É importante que as gestantes mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico.
O Ministério da Saúde reforça ainda a orientação de não consumirem bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.