Brasil já tem 1.271 casos confirmados de microcefalia
O número de casos confirmados de microcefalia no Brasil aumentou 6% em uma semana, passando de 1.198 para 1.271, de acordo com boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (4) pelo Ministério da Saúde.
Mitos e verdades sobre zika e microcefalia
A pasta investiga outros 3.580 casos suspeitos e 2.492 já foram descartados. Ao todo, 7.343 casos foram registrados no país até o dia 30 de abril.
Também foram notificados 267 óbitos de bebês com microcefalia possivelmente relacionados ao vírus zika – 57 deles já confirmados. Outros 178 continuam em investigação e 32 já foram descartados.
A maioria das notificações foi registrada na região Nordeste, sendo Pernambuco o Estado com o maior número de casos investigados (653), seguido por Bahia (645), Paraíba (379), Rio de Janeiro (297), Rio Grande do Norte (283) e Ceará (241).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência internacional de saúde pública por conta do vírus zika e sua possível associação com a microcefalia e síndromes neurológicas.
O alerta é emitido em casos extremos, como ocorreu com o vírus ebola, e ajuda a mobilizar recursos para o combate à doença.
Zika vírus
O Brasil registrou até o dia 2 de abril 91.387 casos prováveis de zika – 1 mil por dia, em média. A região Sudeste teve 35.505, seguida por Nordeste (30.286), Centro-Oeste (17.504), Norte (6.295) e Sul (1.797).
Em gestantes, foram 7.584 casos com suspeita da doença, sendo 2.844 confirmados.
Cabe esclarecer que, apesar de estar confirmada a relação do vírus com os casos de microcefalia, não significa que toda mulher infectada durante a gravidez dará à luz um bebê com microcefalia.
“Ainda não é possível se ter ideia da proporção de gestantes, infectadas pelo vírus zika, que terão bebês com microcefalia. Até o momento, o maior número desses casos foi em mulheres que tiveram a doença no primeiro trimestre de gestação”, explicou o diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch.
Aedes aegypti
O zika é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. O site Coração & Vida faz um alerta para que a população não descuide dos criadouros. A dica é sempre adotar hábitos como armazenar lixo em sacos plásticos fechados, manter a caixa d’água vedada e não deixar água acumulada em calhas.
Também é importante encher com areia os pratinhos dos vasos de plantas e tratar a água de piscinas e espelhos d’água com cloro.
Microcefalia
A microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal.
Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas, agentes biológicos infecciosos (bactérias, vírus e radiação), síndrome de Rett, envenenamento por mercúrio ou cobre, meningite, desnutrição, HIV materno, doenças metabólicas na mãe, como fenilcetonúria, e uso de medicamentos contra epilepsia, hepatite ou câncer nos primeiros 3 meses de gravidez.
A microcefalia pode ser classificada como primária, quando os ossos do crânio se fecham até os sete meses de gravidez, ocasionando mais complicações durante a vida; ou secundária, quando os ossos se fecham na fase final da gravidez ou após o nascimento do bebê.
As crianças com microcefalia podem apresentar atraso mental, déficit intelectual, paralisia, convulsões, epilepsia, autismo e rigidez dos músculos.
A doença é grave e não tem cura, e a criança pode precisar de cuidados por toda a vida, sendo dependente para comer, se mover e fazer suas necessidades, dependendo da gravidade da microcefalia.
Tratamento
Uma das possibilidades de tratamento é fazer uma cirurgia para separar ligeiramente os ossos do crânio, nos dois primeiros meses de vida, para evitar a compressão do cérebro que impede seu crescimento.
Quando, além da microcefalia, a criança possui hidrocefalia, que é a presença de líquido dentro do cérebro, também existe a possibilidade de colocar um dreno para controlar esse líquido.
Normalmente, a criança precisa de fisioterapia por toda a vida para se desenvolver melhor, além de medicamentos que atuam diminuindo os espasmos musculares e melhorando a tensão dos músculos.
Gestantes
É importante que as gestantes mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico.
O Ministério da Saúde reforça ainda a orientação de não consumirem bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.