Brasil registra 57 mil novos casos de câncer de mama a cada ano
O câncer de mama é o tipo que mais mata no Brasil. Entre 2009 e 2014, o número de casos da doença no país aumentou em 13,4%. Ao todo, são 57 mil novos casos de câncer de mama no Brasil a cada ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
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Você sabia… Que o câncer de mama é o 2º mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres?
No Dia Nacional da Mamografia, celebrado em 5 de fevereiro, o site Coração & Vida faz um alerta para a importância do diagnóstico precoce da doença.
Estresse, obesidade, má alimentação, diminuição do número de filhos e, consequentemente, do tempo de amamentação são alguns dos fatores que contribuíram para esse aumento, segundo o coordenador de mastologia do Hospital Sírio-Libanês, Alfredo Barros.
“Achamos que quem tem uma vida melhor [mais tranquila, sem estresse], se defende mais, tem imunidade melhor”, diz o médico.
Além de ter atenção aos fatores de risco, é importante examinar as mamas anualmente, a partir dos 40 anos, com o objetivo de detectar precocemente a doença e curá-la a tempo, antes que se espalhe pelo organismo. As mulheres com idade inferior a 40 anos e com histórico da doença na família também devem realizar o exame, conforme indicação médica.
Os sintomas podem variar e alguns só aparecem muito tarde. Além dos nódulos, podem ocorrer a retração de mamilo, o aumento da temperatura do seio, vermelhidão e o aparecimento de uma secreção.
De acordo com o médico do Sírio-Libanês, as chances de cura do câncer de mama são de até 97%, se a mulher buscar tratamento ainda na fase inicial da doença. A mamografia é capaz de identificar tumores ainda muito pequenos, de apenas um milímetro.
Vera Ferreira, médica radiologista do Hospital Sírio-Libanês, afirma que a mulher pode se beneficiar do exame por toda a vida.
“As mulheres devem iniciar o rastreamento aos 40 anos, de preferência anualmente. A data de término do rastreamento não é determinada, pois enquanto a paciente puder se beneficiar de um diagnóstico precoce o exame deve ser realizado.”
O maior problema é que nem todas as mulheres conseguem ter acesso aos mamógrafos, os aparelhos que realizam o exame de mamografia.
O Ministério da Saúde determina que haja um mamógrafo para cada 240 mil habitantes, marca que o país já atingiu. Contudo, a distribuição desses aparelhos é que não é satisfatória, pois a maioria deles está concentrada em capitais e em grandes centros.
Essa dificuldade – além dos tabus que envolvem o exame, como medo da dor e vergonha de mostrar os seios – faz com que cerca de 40% das brasileiras entre 50 e 69 anos não façam mamografia anualmente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número coloca o Brasil longe da meta da OMS (Organização Mundial da Saúde) que determina que 70% das mulheres nessa faixa etária sejam examinadas periodicamente.
Prevenção
Infelizmente, a medicina ainda não dispõe de vacinas ou de um arsenal de medicamentos e terapias para a prevenção da doença. No entanto, é possível eliminar alguns fatores de risco, como o consumo excessivo de bebida alcoólica e o uso de reposição hormonal sem controle.
A gravidez e a amamentação também reduzem o risco de incidência do câncer na mama. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), cada ano de amamentação completa diminui de 3 a 4% o risco de a mulher desenvolver o câncer de mama.
A explicação é que, durante a gestação e o aleitamento, o tecido mamário sofre alterações que aumentam a funcionalidade da célula. Sendo assim, mulheres que tiveram um maior número de gestações e/ou períodos de amamentação mais longos estariam mais protegidas.
Uma pesquisa em curso nos Estados Unidos aponta que o hormônio chamado gonadotrofina coriônica, presente na placenta, pode servir futuramente de base para o desenvolvimento de algum tipo de remédio para prevenir o câncer mamário.
O pesquisador argentino José Russo, do Fox Chase Cancer Center, testou a substância em animais e descobriu que houve alteração no tecido mamário para algo semelhante ao de uma mulher grávida ou lactante.
Autoexame
Além de se consultar anualmente com um ginecologista, a mulher deve fazer o autoexame das mamas em casa, uma vez por mês, logo após a menstruação, que é quando o seio está em seu tamanho normal.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo