Brasil registra 57 mil novos casos de câncer de mama a cada ano

05 de fevereiro - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

O câncer de mama é o tipo que mais mata no Brasil. Entre 2009 e 2014, o número de casos da doença no país aumentou em 13,4%. Ao todo, são 57 mil novos casos de câncer de mama no Brasil a cada ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

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Você sabia… Que o câncer de mama é o 2º mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres?

No Dia Nacional da Mamografia, celebrado em 5 de fevereiro, o site Coração & Vida faz um alerta para a importância do diagnóstico precoce da doença.

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

Estresse, obesidade, má alimentação, diminuição do número de filhos e, consequentemente, do tempo de amamentação são alguns dos fatores que contribuíram para esse aumento, segundo o coordenador de mastologia do Hospital Sírio-Libanês, Alfredo Barros.

“Achamos que quem tem uma vida melhor [mais tranquila, sem estresse], se defende mais, tem imunidade melhor”, diz o médico.

Além de ter atenção aos fatores de risco, é importante examinar as mamas anualmente, a partir dos 40 anos, com o objetivo de detectar precocemente a doença e curá-la a tempo, antes que se espalhe pelo organismo. As mulheres com idade inferior a 40 anos e com histórico da doença na família também devem realizar o exame, conforme indicação médica.

Os sintomas podem variar e alguns só aparecem muito tarde. Além dos nódulos, podem ocorrer a retração de mamilo, o aumento da temperatura do seio, vermelhidão e o aparecimento de uma secreção.

De acordo com o médico do Sírio-Libanês, as chances de cura do câncer de mama são de até 97%, se a mulher buscar tratamento ainda na fase inicial da doença. A mamografia é capaz de identificar tumores ainda muito pequenos, de apenas um milímetro.

Vera Ferreira, médica radiologista do Hospital Sírio-Libanês, afirma que a mulher pode se beneficiar do exame por toda a vida.

“As mulheres devem iniciar o rastreamento aos 40 anos, de preferência anualmente. A data de término do rastreamento não é determinada, pois enquanto a paciente puder se beneficiar de um diagnóstico precoce o exame deve ser realizado.”

O maior problema é que nem todas as mulheres conseguem ter acesso aos mamógrafos, os aparelhos que realizam o exame de mamografia.

O Ministério da Saúde determina que haja um mamógrafo para cada 240 mil habitantes, marca que o país já atingiu. Contudo, a distribuição desses aparelhos é que não é satisfatória, pois a maioria deles está concentrada em capitais e em grandes centros.

Essa dificuldade – além dos tabus que envolvem o exame, como medo da dor e vergonha de mostrar os seios – faz com que cerca de 40% das brasileiras entre 50 e 69 anos não façam mamografia anualmente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número coloca o Brasil longe da meta da OMS (Organização Mundial da Saúde) que determina que 70% das mulheres nessa faixa etária sejam examinadas periodicamente.

Prevenção

Infelizmente, a medicina ainda não dispõe de vacinas ou de um arsenal de medicamentos e terapias para a prevenção da doença. No entanto, é possível eliminar alguns fatores de risco, como o consumo excessivo de bebida alcoólica e o uso de reposição hormonal sem controle.

A gravidez e a amamentação também reduzem o risco de incidência do câncer na mama. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), cada ano de amamentação completa diminui de 3 a 4% o risco de a mulher desenvolver o câncer de mama.

A explicação é que, durante a gestação e o aleitamento, o tecido mamário sofre alterações que aumentam a funcionalidade da célula. Sendo assim, mulheres que tiveram um maior número de gestações e/ou períodos de amamentação mais longos estariam mais protegidas.

Uma pesquisa em curso nos Estados Unidos aponta que o hormônio chamado gonadotrofina coriônica, presente na placenta, pode servir futuramente de base para o desenvolvimento de algum tipo de remédio para prevenir o câncer mamário.

O pesquisador argentino José Russo, do Fox Chase Cancer Center, testou a substância em animais e descobriu que houve alteração no tecido mamário para algo semelhante ao de uma mulher grávida ou lactante.

Autoexame

Além de se consultar anualmente com um ginecologista, a mulher deve fazer o autoexame das mamas em casa, uma vez por mês, logo após a menstruação, que é quando o seio está em seu tamanho normal.

autoexame-cancerMama

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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