Bruno Covas: câncer que atingiu o prefeito de SP aumenta entre jovens

01 de novembro - 2019
Por: Equipe Coração & Vida

 

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Após descobrir um câncer na cárdia, região de transição entre o esôfago e o estômago, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, de 39 anos, passou bem após a primeira sessão de quimioterapia. Além do tumor inicial, foram detectadas metástase no fígado e nos gânglios linfáticos. Assintomático, o câncer de Covas só foi descoberto após o prefeito apresentar uma erisipela: infecção na pele, que serviu de alerta para a descoberta de uma trombose.

Oncologista especializada em tumores do trato gastrointestinal do Hospital Sírio-Libanês, Fernanda Capareli explica que o aparecimento de uma trombose, principalmente em pacientes que não apresentam fatores de risco, sempre requer uma investigação minuciosa. O objetivo é saber se há alguma outra doença “mascarada”– como câncer e doenças autoimunes, que podem estar relacionadas à condição.

De acordo com a médica, o câncer na região da cárdia é comum entre a população brasileira e costuma acometer pessoas mais velhas, com mais de 50 anos. Mas não é regra. “De alguns anos para cá, temos percebido uma tendência no aumento de casos em pacientes mais jovens que pode estar relacionado a hábitos de vida não saudáveis”, afirma a especialista.

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Acredita-se que uma das hipóteses é a piora na alimentação, além de hábitos de vida não saudáveis, como tabagismo, sedentarismo e obesidade — possivelmente ligados à doença. Tais fatores também podem contribuir para o desenvolvimento, mesmo em jovens, de tumores que acometem a região. Mas não é só isso.

De acordo com Fernanda, refluxo crônico é um dos principais fatores de risco para esse tipo de câncer. Isso porquê o constante retorno do suco gástrico para a parte inferior do esôfago deixa o pH da região mais ácido e, consequentemente, mais propenso à formação de tumores malignos.

O que se sabe hoje é que o tipo da doença que acomete Bruno Covas é mais comum em homens. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), por ano, 21 mil brasileiros são diagnosticados com a doença — 14 mil são do sexo masculino.

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Entre os principais sintomas estão perda de peso repentina, dor abdominal, náuseas e até sangue nas fezes. O tratamento depende do paciente e do estágio da doença. Em casos iniciais, o mais indicado pode ser cirurgia para a retirada total do tumor. Quando a doença está avançada, com metástase, como é o caso do prefeito, o melhor é a quimioterapia, que age no corpo todo. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, mais altas são as chances de sucesso.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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