Calvície de origem genética atinge homens e mulheres, mas tem tratamento

18 de janeiro - 2018
Por: Equipe Coração & Vida

Nada de deixar para depois: se o cabelo começou a cair ou afinar, consultar um dermatologista é imprescindível. Essa queda poder estar relacionada a outros problemas de saúde ainda encobertos, como uma disfunção na tireoide, por exemplo. Exclusas as causas funcionais, o médico poderá identificar se a calvície em andamento é a alopecia androgenética de causa hereditária, uma das maiores causas de queda de cabelo entre homens.

Esse tipo de problema – que também atinge mulheres – acontece por causa da testosterona. O dermatologista Caio Lamunier, do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que o cabelo é mais sensível à testosterona.

“É importante ressaltar que essas pessoas não têm nenhum problema hormonal. A quantidade de testosterona é normal, mas o cabelo é mais sensível – e isso é genético”, afirma.

Foto: Shutterstock
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Homens com pais calvos têm 70% de chance de ter algum grau de alopecia androgenética em algum momento da vida. “Alguns vão ter de maneira intensa e precoce, outros de maneira mais leve, já idosos”, diz Lamunier.

Cláudio Wulkan, dermatologista do Hospital Albert Einstein, conta que o primeiro sinal da calvície androgenética é o afinamento dos fios de cabelo em determinadas regiões da cabeça, como nas têmporas e no centro do couro cabeludo. No caso das mulheres, essa perda é difusa em toda a cabeça.

“A pessoa deve buscar um médico o quanto antes, pois é mais fácil tratar no início do que depois que já aconteceram perdas de folículos pilosos”, alerta.

Wulkan explica que o cabelo vai lentamente afinando até que o fio, chamado de pelo terminal, afina muito e fica mais claro, passando a se chamar fio velus. A partir de então, ele vai atrofiando e chega à perda total do folículo pilo sebáceo. Quando esse momento chega, a região afetada não tem mais condições de produzir fios de cabelo.

Intervir antes desse tempo é o segredo para manter os fios fortes na cabeça. “O quanto antes segurarmos o estágio de fio grosso e espesso, melhor. Assim não deixamos ele miniaturizar e virar um fio velo”, recomenda. “Se a pessoa já está com um afinamento, mas ainda tem o pelo, conseguimos reverter boa parte desses fios velus para que novamente fiquem grossos e espessos. Mas é preciso começar o tratamento o quanto antes.”

Tratamento

Wulkan explica que, a partir do momento que se confirma que é calvície androgenética, o tratamento é feito com medicamentos tópicos, como o minoxidil ou medicamentos orais, como a finasterida.

As mulheres não podem usar esse medicamento durante a idade fértil, então o tratamento oral é feito com espironolactona e alguns anticoncepcionais que contêm ciproterona, sempre prescritos por um médico.

O dermatologista também ressalta o papel da luz de LED e do laser dermatológico para estimular o crescimento do pelo. “Além disso, uma boa lavagem e a diminuição das condições que irritam o couro cabeludo, como a dermatite seborreica, também contribuem para que a calvície progrida mais lentamente.”

Shampoos, no entanto, não tratam queda de cabelo, de acordo com o especialista. “Também não acreditamos que complementos vitamínicos substituam os tratamentos. As vitaminas servem muito mais para apaziguar os ânimos do que apresentar efeitos.”

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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