Campanha incentiva diagnóstico precoce do câncer de mama

02 de outubro - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

Você provavelmente já ouviu falar na campanha “Outubro Rosa”, que todos os anos ilumina prédios e monumentos no Brasil para conscientizar a população sobre a luta contra o câncer de mama. Diversas ações estão programadas neste mês para alertar a sociedade sobre a doença.

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50% das mulheres realizam o autoexame regularmente

Artigo: O câncer de mama e a incidência em mulheres jovens
Você sabia… Que o câncer de mama é o 2º mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres?

Em São Paulo, o parque do Ibirapuera receberá uma roda gigante iluminada com a cor rosa, além de uma tenda com vídeos explicativos e a presença de um médico para tirar dúvidas sobre o câncer de mama. Já no Rio de Janeiro, o teleférico do Morro do Alemão será iluminado com a cor símbolo da ação pelo terceiro ano consecutivo.

Campanha incentiva diagnóstico precoce do câncer de mama
Foto: Shutterstock

O câncer de mama é hoje o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil. A cada ano, 57 mil novos casos são registrados. Durante a campanha do “Outubro Rosa”, mulheres são estimuladas a realizar exames e a entender melhor a doença, principalmente para desfazer os mitos que cercam o câncer de mama e alertar para a importância do diagnóstico precoce.

“Com o diagnóstico precoce, a gente consegue tratar a doença de forma menos agressiva e diminuímos a reincidência dela. Se a mulher tiver um nódulo de grandes dimensões, este pode voltar e até atingir outros órgãos”, explica o mastologista Sergio Masili, médico do Instituto do Câncer do Hospital das Clínicas de São Paulo.

A partir dos 40 anos, a mulher deve procurar um especialista para realizar anualmente uma mamografia. O exame tem a capacidade de detectar tumores ainda na sua fase inicial e permitir que as mulheres portadoras do câncer possam iniciar o tratamento o quanto antes.

A realização periódica desse exame é importante porque se trata de uma doença silenciosa, que só se mostra quando em estado avançado.

“Infelizmente, a doença só vai se manifestar quando o nódulo tem de 1,5 a 2 centímetros de diâmetro, o que indica que o câncer deve estar instalado há algum tempo no organismo”, lamenta o especialista.

Os sintomas podem variar e alguns só aparecem muito tarde. Além dos nódulos, podem ocorrer a retração de mamilo, o aumento da temperatura do seio, vermelhidão e o aparecimento de uma secreção.

A mamografia é capaz de detectar um tumor de apenas 1 milímetro de diâmetro, daí a importância do exame no diagnóstico precoce. Se descoberto nessa fase, a chance de cura é de até 97%, em alguns casos.

O autoexame também tem seu papel na detecção precoce da doença, principalmente antes dos 40 anos.

Sergio Masili recomenda que, além de se consultar anualmente com um ginecologista, a mulher faça o autoexame das mamas em casa, uma vez por mês, logo após a menstruação, que é quando o seio está em seu tamanho normal.

“É uma técnica bastante simples. A mãe pode mostrar para a filha como examinar sua mama desde que ela começa a menstruar, para que ela tenha ideia de como é o seu seio. À medida que ela vai envelhecendo, pode apalpar a mama no próprio banho, com sabão, sempre após a menstruação. Tanto faz qual o sentido, horário ou anti-horário. É importante também apalpar a axila e que ela olhe a mama no espelho para ver se nota feridas ou manchas diferentes”, explica o especialista, enfatizando que o autoexame isolado perde seu valor após a mulher completar 40 anos.

Prevenção

Infelizmente, a medicina ainda não dispõe de vacinas ou de um arsenal de medicamentos e terapias para a prevenção da doença. No entanto, é possível eliminar alguns fatores de risco, como o consumo excessivo de bebida alcoólica e o uso de reposição hormonal sem controle.

“A dieta rica em gordura, o sobrepeso e a obesidade também são fatores de risco importantes”, diz o médico do Instituto do Câncer.

A gravidez e a amamentação também reduzem o risco de incidência do câncer na mama. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), cada ano de amamentação completa diminui de 3 a 4% o risco de a mulher desenvolver o câncer de mama.

A explicação é que, durante a gestação e o aleitamento, o tecido mamário sofre alterações que aumentam a funcionalidade da célula. Sendo assim, mulheres que tiveram um maior número de gestações e/ou períodos de amamentação mais longos estariam mais protegidas.

Uma pesquisa em curso nos Estados Unidos aponta que o hormônio chamado gonadotrofina coriônica, presente na placenta, pode servir futuramente de base para o desenvolvimento de algum tipo de remédio para prevenir o câncer mamário.

O pesquisador argentino José Russo, do Fox Chase Cancer Center, testou a substância em animais e descobriu que houve alteração no tecido mamário para algo semelhante ao de uma mulher grávida ou lactante.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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