Casos de dengue diminuem em 84,8% no Brasil em 2017

18 de novembro - 2017
Por: Equipe Coração & Vida

Considerada um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, a dengue é uma doença infecciosa transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que põe seus ovos em água parada e limpa, e aproveita a época das chuvas para se reproduzir.

No Dia Nacional de Combate à Dengue, celebrado no penúltimo sábado do mês de novembro, o site Coração & Vida faz um alerta para que a população não descuide dos criadouros.

Foto: Shutterstock
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A dica é sempre adotar hábitos como armazenar lixo em sacos plásticos fechados, manter a caixa d’água vedada e não deixar água acumulada em calhas.

Também é importante encher com areia os pratinhos dos vasos de plantas e tratar a água de piscinas e espelhos d’água com cloro. Outras medidas, como uso de repelentes, também são recomendadas.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até 2 de setembro de 2017, foram notificados 219.040 casos prováveis de dengue em todo o país, uma redução de 84,8% em relação ao mesmo período de 2016 (1.442.208).

Com relação ao número de óbitos, também houve queda significativa (87%), reduzindo de 678 óbitos em 2016 para 88 em 2017.

A dengue pode provocar infecções mais leves, como febre, dores de cabeça, musculares, náuseas e vômitos, e até evoluir para situações mais graves, quando a pessoa apresenta sangramentos, queda de pressão arterial e insuficiência respiratória, podendo levar à morte.

Não existe remédio específico para tratar a dengue. Quem for infectado pelo mosquito deve fazer repouso e evitar a desidratação, tomando muito líquido e se alimentando de forma saudável.

Medicamentos como ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios podem aumentar complicações hemorrágicas, principalmente em caso de dengue. Por isso, ao apresentar os sintomas, a pessoa não deve se automedicar.

Dengue hemorrágica

A dengue hemorrágica acontece quando a pessoa infectada com o vírus da dengue sofre alterações na coagulação sanguínea. .

Os sintomas iniciais são parecidos com os da dengue clássica. No entanto, após o terceiro ou quarto dia, surgem hemorragias causadas pelo sangramento de pequenos vasos da pele e outros órgãos.

Na dengue hemorrágica, ocorre uma queda na pressão arterial do paciente, podendo gerar tonturas e quedas da própria altura.

Vale lembrar que dengue, zika e chikungunya são três infecções transmitidas pelos mesmos vetores, os mosquitos Aedes aegypti e o Aedes albopictus. As três doenças possuem sintomas parecidos, mas algumas características podem ajudar a diferenciá-las.

Distúrbios circulatórios

O cardiologista Roberto Kalil Filho afirma que o vírus da dengue pode provocar distúrbios circulatórios. “A circulação fica comprometida, assim como a irrigação do coração, o que pode levar ao infarto agudo”, explica.

Apesar de relativamente raro, o problema pode ocorrer na fase aguda da dengue e causar diminuição da função ventricular, ou seja, queda da capacidade de o coração se contrair.

Kalil destaca que, além do quadro clássico de febre, mal-estar, dor no corpo e fraqueza, a dengue também pode provocar aumento das enzimas hepáticas, queda das plaquetas (plaquetopenia) e inflamação no músculo cardíaco (miocardite).

Segundo o cardiologista, o quadro cardíaco causado pela dengue pode provocar sintomas de dores no peito, arritmias, alterações de eletrocardiograma e elevação das enzimas cardíacas, situação semelhante ao quadro de infarto.

Em muitos casos, porém, a manifestação é tão pouco sintomática que passa despercebida. Sendo assim, é fundamental que o próprio paciente fique atento a esses sinais.

Outro fator que torna esse sintoma especialmente preocupante no Brasil é que muitas vezes ela acomete pacientes de idade mais avançada, já com cardiopatia e, possivelmente, em uso de medicamentos que interferem na coagulação sanguínea.

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Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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