Com recorde, InCor entra em ranking mundial de transplantes

23 de janeiro - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

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Thassio Borges

O Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor) fechou o ano de 2014 com recorde de transplantes, o que o colocou pela primeira vez no ranking dos 10 maiores centros de procedimentos cardíacos deste tipo no mundo, na sétima posição. Foram 96 transplantes, no total, 26% a mais que o registrado em 2013, sendo 66 de coração.

O resultado aumenta também as esperanças daqueles que aguardam na fila por um novo órgão no Instituto. Atualmente, a listagem conta com 23 adultos e 22 crianças para coração e 80 adultos para pulmão.

Entre os procedimentos de 2014 do InCor, 44 adultos e 24 crianças receberam novos corações, enquanto 27 adultos e uma criança passaram por transplantes de pulmão. Para o cardiologista Fábio Jatene, presidente do Conselho Diretor do hospital, a organização das equipes médicas por meio do Núcleo de Transplantes foi fundamental para que o resultado fosse alcançado.

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“O transplante é um assunto palpitante, uma cirurgia bonita, mas trabalhosa”, destaca o cirurgião Fábio Gaiotto

Fábio Gaiotto, cirurgião cardíaco do Núcleo, concorda com Jatene e aponta a estrutura oferecida aos pacientes como fator determinante para o sucesso da iniciativa. “O Núcleo contempla a presença de vários profissionais. O corpo de Enfermagem tem seis profissionais, trabalhando em tempo integral, acertando tudo com a Secretaria de Saúde para os procedimentos. Há também um grupo de seis clínicos, cardiologistas, que tomam conta da fila de receptores, acertando o casamento dos órgãos numa condição perfeita para o transplante. Há ainda uma equipe de quatro cirurgiões, presentes e disponíveis o dia inteiro para as cirurgias. é uma estrutura que funciona 24 horas, 365 dias por ano, de uma forma onde não há desgaste físico. Quando um cirurgião está cansado, outro time faz o transplante”, explica Gaiotto.

Criada em 2013 como uma área multiprofissional focada exclusivamente em transplantes, a unidade reuniu num mesmo processo de gestão todas as equipes envolvidas neste tipo de procedimento: cirúrgica, clínica e multiprofissional de transplantes de coração e pulmão, adulto e infantil.

“O Núcleo otimizou recursos, deu sinergia ao trabalho dos grupos e melhorou indicadores importantes, como o da taxa de mortalidade no pós‐cirúrgico imediato”, informou o InCor, em comunicado distribuído à imprensa. No transplante cardíaco adulto, a taxa citada pelo hospital chegou a 10% no ano passado, mesmo número da Cleveland Clinic, maior centro de cardiologia dos Estados Unidos.

Segundo explica o cardiologista e coordenador do Núcleo Fernando Bacal, a dinâmica propiciada pela unidade torna possível, por exemplo, o envio de equipe avançada do InCor para o hospital em que se encontra o potencial doador. Assim, é possível avaliar de maneira mais rápida e eficaz o coração e o pulmão a serem doados.

Os resultados de 2014 são considerados excelentes por Gaiotto e os demais profissionais do Núcleo. O cirurgião destaca, no entanto, que os números representam também um avanço para a própria Medicina brasileira. “É um feito considerável porque o InCor é um hospital público, vinculado à Faculdade de Medicina da USP, com cunho científico. Importante para a cardiologia brasileira que um centro nosso esteja tão bem colocado no mundo”, finaliza.

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