“Combater a dengue é papel de todos nós”, avalia Secretaria da Saúde

31 de julho - 2014
Por: Equipe Coração & Vida
Combate à doença deve seguir durante todo o ano / Foto: Shutterstock
Combate à doença deve seguir durante todo o ano / Foto: Shutterstock

Thassio Borges

Coração & Vida noticiou na última semana a considerável queda no número de casos de dengue na cidade de São Paulo. O cenário é influenciado, especialmente, pela chegada do inverno e também pelo baixo índice de chuvas na capital nos últimos meses. Apesar disso, a Secretaria Municipal de Saúde faz questão de salientar a importância de se seguir com os métodos de prevenção e combate à doença, ainda que a situação não esteja crítica.

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“Eliminar os criadouros do mosquito é papel de todos nós. Cada pessoa semanalmente deve olhar sua casa para verificar se existe algum recipiente com água parada, se as calhas estão entupidas, entre outros pontos”, afirma a médica Bronislawa Ciotek de Castro, coordenadora do Programa Municipal de Controle da Dengue de São Paulo. “É como se fosse uma limpeza, que deve ser feita ao menos uma vez por semana”, completa, em entrevista exclusiva ao Coração & Vida.

A queda na incidência de casos da doença acabou tirando a dengue do noticiário, de uma forma geral. Apesar disso, Castro ressalta que o combate ao mosquito Aedes aegypti, tanto por parte da Prefeitura, quanto por parte da população, permanece durante todo o ano.

“O programa [de combate à dengue] é fixo e funciona o ano inteiro”, explica. De acordo com a coordenadora, a chegada das baixas temperaturas do inverno fez com que o número de casos notificados naturalmente diminuísse. Além disso, ela frisa que o surto registrado nos primeiros meses deste ano foi gerado, principalmente, pelas altas temperaturas da cidade no período.

"Criou-se uma condição climática que favoreceu o mosquito transmissor [no último verão]", diz Dra. Castro / Foto: Divulgação
“Criou-se uma condição climática que favoreceu o transmissor”, diz coordenadora do programa de combate à dengue/ Foto: Divulgação
“A temperatura influi no número de casos e neste ano tivemos um verão muito quente, com temperaturas que não oscilavam. A noite chegava e os termômetros ainda marcavam 30 graus. Anteriormente, em São Paulo, havia muita oscilação na temperatura durante essa época do ano. Criou-se uma condição climática que favoreceu o mosquito transmissor”, explica.

Nesta época de baixa incidência, a maior preocupação da secretaria municipal tem sido investigar os novos casos e evitar que a doença se prolifere minimamente ao redor dos criadouros encontrados.

A estilista Karina Fernandes recorreu aos serviços da Prefeitura no último mês, quando, no intervalo de uma semana, foi diagnosticada com dengue, junto com sua irmã e seu pai. Na casa onde mora, na Zona Norte da cidade, somente a mãe de Karina não foi infectada.

“O primeiro a manifestar os sintomas foi meu pai. Minha irmã e eu passamos a sentir os sintomas no mesmo período, quatro dias após meu pai ter ido ao hospital”. Assustada com a situação, a estilista seguiu as recomendações médicas e, posteriormente, acionou a Central de Atendimento da Prefeitura para denunciar a situação.

“A possibilidade mais clara é que havia criadouros do mosquito em uma casa abandonada na minha rua, a poucos metros de distância da minha residência. Ligamos na Prefeitura e eles informaram que enviariam uma equipe para averiguar”, completa Karina.

Castro frisa que o serviço 156 é acionado especialmente para denunciar riscos de focos de dengue em imóveis abandonados, terrenos baldios ou mesmo em residências comuns, nas quais as pessoas se mostram mais reticentes ou ineficazes no combate à doença.

“Toda vez que uma nova suspeita da doença é notificada, uma equipe é deslocada até o local onde se supõe que a pessoa tenha sido infectada e lá é realizado o bloqueio. Trata-se de uma atividade que abrange uma área com raio de alcance entre 200 e 500 metros para verificar se há criadouros na região. Todas as casas são visitadas e colocamos um produto que impede que a larva vire mosquito. Em seguida, se o caso de dengue é confirmado no laboratório, a equipe retorna o local e aplica inseticida com nebulizador, pois confirmou-se que há incidência de mosquitos na região”, explica a coordenadora.

Por fim, ela repassa uma orientação simples, mas ignorada ainda por boa parte da população. “É necessário prestar atenção aos sintomas, mas nunca se automedicar, pois existem remédios que influem na evolução na doença. O correto é procurar o serviço de saúde.”

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