Como é o processo para ser doador de medula óssea?

04 de outubro - 2017
Por: Equipe Coração & Vida

A medula óssea é onde se localizam as chamadas células-tronco hematopoiéticas, responsáveis pela geração do sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). E são essas as células substituídas no transplante de medula, muitas vezes necessário em tratamentos para algumas doenças que afetam as células do sangue, como a leucemia e os linfomas.

No transplante, as células progenitoras retiradas de um doador são inseridas na corrente sanguínea do paciente doente e “migram” para a medula óssea, iniciando a reconstituição, o processo de fabricação do sangue do recebedor. Aí está um obstáculo: as chances de encontrar uma medula óssea com compatibilidade são raras: podem chegar a uma em 100 mil.

Foto: Shutterstock
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Quanto mais pessoas se tornam doadoras, portanto, maiores as chances de ajudar a salvar outras vidas. E apesar de o transplante ser o passo mais crucial para quem está doente, cadastrar mais pessoas como doadoras é a parte essencial – e não se trata de algo complicado ou doloroso.

Conheça o passo a passo para tornar-se um futuro doador:

– Os principais beneficiados com o transplante são pacientes com leucemias originárias das células da medula óssea, linfomas, doenças originadas do sistema imune, dos gânglios e do baço e anemias graves (adquiridas ou congênitas). Outras doenças, não tão frequentes, também podem ser tratadas com transplante de medula, como as doenças do metabolismo, doenças autoimunes e vários tipos de tumores.

– Para se tornar um doador de medula óssea é necessário ter entre 18 e 55 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde e não ter doença infecciosa ou incapacitante (outros tipos de condições são avaliados caso a caso).

– É possível se cadastrar como doador voluntário de medula óssea nos hemocentros (bancos de sangue) localizados em todos os estados do país.

– No hemocentro, o voluntário à doação apresenta um documento de identificação, assina um termo de consentimento e preenche uma ficha com informações pessoais. É retirada, então, uma pequena quantidade de sangue (10 ml) do candidato.

– Depois disso, o sangue será analisado pelo chamado exame de histocompatibilidade (HLA), um teste de laboratório para identificar características genéticas que serão cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes. Isso determinará a compatibilidade.

– Os dados pessoais e o tipo de HLA ficam incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Quando surge um paciente com possível compatibilidade, o voluntário é consultado para decidir sobre a doação. Por isso, é essencial manter os dados cadastrais (telefones e contatos) sempre atualizados.

– Para que o processo de doação seja realizado, alguns outros exames são feitos para confirmar a compatibilidade, além de uma avaliação clínica de saúde mais abrangente. E depois de todas essas etapas concluídas é que o voluntário pode ser considerado apto e realizar a doação.

– A doação, em si, é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, com anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades depois de uma semana. Já o bem que fazem pode durar para sempre.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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