Como identificar e contornar uma crise de ansiedade?

25 de setembro - 2018
Por: Equipe Coração & Vida

Todos nós passamos por momentos de ansiedade. Sensação de medo, cautela e prevenção fazem parte do dia a dia e nos protegem em situações críticas. No entanto, quando a preocupação excessiva com o futuro ou condições hipotéticas passa a ser permanente, é hora de ficar atento.

A crise de ansiedade (ou ataque de pânico) costuma ser mais comum em pessoas que vivem em constante estado de alerta e acontece de maneira inesperada. “Para quem está sempre com a ‘antena ligada’, esperando o pior acontecer, um pequeno ocorrido pode servir de gatilho (para a crise)”, explica Maria Alice Fontes, doutora em psicologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretora da clínica Plenamente, em São Paulo.

Crise de ansiedade (ou ataque de pânico) costuma ser mais comum em pessoas que vivem em constante estado de alerta - Foto: Shutterstock
Crise de ansiedade (ou ataque de pânico) costuma ser mais comum em pessoas que vivem em constante estado de alerta – Foto: Shutterstock

Sintomas físicos sugerem problemas de saúde

Sudorese, taquicardia, boca seca e tremores são sintomas comuns nas crises. Acompanhados de ataque de medo e uma sensação iminente de morte – ou de que algo de ruim pode acontecer – a pessoa que enfrenta uma crise tem dificuldade para identificar que o risco não existe. “Muitas pessoas buscam ajuda médica e chegam ao hospital achando que podem morrer. Somente após realizar alguns exames e passarem em consulta, entendem que não estão passando por nada fisológico”, destaca Fontes.

Com a rotina corrida e os reais perigos das grandes metrópoles, como a violência urbana, uma simples notícia negativa pode ser o suficiente para a crise de ansiedade se instalar. Por isso aprender a controlar – e contornar – o episódio é tão valioso para manter o bem-estar.

3 passos para “encarar” a crise

Passo número um: é importante a pessoa perceber que está passando por uma crise de ansiedade e não acreditar que os sintomas são legítimos. Nesses casos, por exemplo, sentir palpitações não significa, de fato, algum problema cardíaco urgente. Questionar a própria ansiedade e os pensamentos negativos ajuda a identificar a situação e trabalhar maneiras de enfrentamento.

Passo número dois: controlar a respiração, inspirando e expirando lentamente e com atenção no próprio corpo irá possibilitar que a mente se acalme.

Passo número três: focar a atenção em outras atividades como meditação ou ouvir música e conversar com alguém que esteja por perto também é benéfico. “Estudos comprovam que a prática regular de meditação ajuda a controlar a ansiedade, entretanto é necessário manter a recorrência”, indica a especialista. Aplicativos de celular como o Calm e o Headspace, gratuitos, são úteis para quem quer começar a meditar.

Atitudes positivas

Exercer a compaixão, fazer preces e orações (dentro de sua própria prática religiosa) e manter momentos de relaxamento também fazem a diferença, inclusive colaborando com a autoestima.

Aprender a “corrigir” os pensamentos pessimistas e questionadores de nossa própria mente é outra estratégia positiva que costuma trazer bons resultados.

Busque entender o motivo para sua mente estar acelerada e controle o “looping” de ideias que permeiam a cabeça. Perguntas para fazer a si mesmo: “Posso resolver isso agora?” ou “Existe algo de útil que possa fazer nesse momento?”. As respostas vão te ajudar a manter o equilíbrio e a enfrentar anseios futuros.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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