Thassio Borges

Mais de 150 países celebram nesta quinta-feira (16) o Dia Mundial da Alimentação, comemoração que teve início em 1981 com o objetivo de conscientizar as pessoas, de uma forma geral, sobre questões ligadas à nutrição e à alimentação.

O tema hoje é ainda mais discutido se levarmos em consideração a profusão de sites, blogs e páginas dedicadas exclusivamente ao assunto. O problema ocorre quando a população se pauta apenas por essas informações, sem considerar a opinião e o conhecimento de médicos especialistas no assunto.

“Muitas vezes o paciente já chega ao consultório com aquele histórico de dieta que viu na revista, que a artista famosa faz, etc. Ele já vem com esse conceito. Por exemplo, agora está muito ‘na moda’ a intolerância à lactose, ou ao glúten, e muitas vezes a pessoa nem sabe o que isso, de fato, significa. No entanto, acabam se ‘colocando’ nesse quadro também”, avalia Renata Sayuri Habiro, nutricionista do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), especialista em Nutrição Humana Aplicada e Terapia Nutricional.

Renata reconhece o aumento do acesso às informações sobre alimentação saudável, mas aponta para a falta de conteúdo confiável sobre o assunto. “Falta informação correta. Há muito conteúdo sem embasamento científico, técnico”, completa.

Ainda de acordo com a nutricionista, quem deseja melhorar sua alimentação e, consequentemente, sua qualidade de vida, precisam estar dispostos a mudar outros aspectos de sua vida. “É preciso adaptar a rotina. Acaba sendo uma mudança geral. As pessoas podem [optar por] acordar um pouco mais cedo para preparar um lanche ou lavar uma fruta para levar ao trabalho, por exemplo”, completa.

Se por um lado a “modernidade” nos trouxe mais preocupações e deixou nossas vidas mais atribuladas, por outro aumentou o número de opções de alimentação saudáveis. Há lojas atualmente dedicadas somente a produtos deste tipo. Para a médica, este novo cenário contribui para que as pessoas optem por uma vida com alimentos mais balanceados.

“Hoje temos muito mais condições no mercado, vários produtos que podem fazer parte da dieta. São produtos mais práticos, como iogurte, por exemplo, que tem menor quantidade de gordura. Há também as barrinhas de cereais, que apresentam menor quantidade de açúcar e gordura. Temos bolachas com menos sódio e gordura. Já em relação ao almoço e jantar, muitos restaurantes têm sido abertos com essa proposta de alimentação mais saudável. Nos estabelecimentos self service, há também bastante opções de verduras, carnes”, conclui a nutricionista.

O que fazer?

– Programe-se: Tire um dia da semana para organizar a alimentação das próximas 10 jornadas. Assim você evita surpresas e pode distribuir melhor a quantidade adequada de frutas, legumes e cereais que devem ser ingeridos.

– Supermercado: Evite fazer compras logo antes das grandes refeições (almoço e jantar). Com fome você acabará comprando produtos mais calóricos, impulsionados por desejos momentâneos.

– Coma de três em três horas: Uma vida alimentar saudável pressupõe refeições a cada três horas. Por isso, tenha sempre em mãos uma fruta, uma barra de cereal ou um iogurte. Assim você evita, inclusive, chegar com muita fome no almoço ou jantar.

– Ocasiões especiais: Se você sabe que o fim de semana reserva um churrasco, um aniversário ou outra ocasião especial, prepare-se para seguir uma alimentação mais balanceada nos dias que antecedem a ocasião. Assim você evita o famoso peso na consciência.