Como se tornar um idoso saudável

06 de outubro - 2017
Por: Equipe Coração & Vida

Foi-se o tempo em que os idosos deixavam de participar ativamente na sociedade por motivos de saúde. Atualmente, o acesso a programas preventivos e a busca pelo envelhecimento saudável mudaram esse paradigma e provaram que é possível continuar ativo e com boa qualidade de vida na terceira idade. No entanto, é preciso observar algumas dicas para envelhecer de forma sadia e ter pique tanto quanto aos 40 anos.

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De acordo com o geriatra Paulo Camiz, do Hospital das Clínicas de São Paulo, saúde não é necessariamente a mesma coisa que ausência de doenças.

Foto: Shutterstock
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“Você pode ter uma doença e também ter saúde. A saúde é um equilíbrio biológico, psicológico e social. Tem de ter toda uma estrutura no ambiente em que o idoso vive”, explica. “Em um país de guerra, por exemplo, ninguém tem saúde.”

No caso específico dos idosos, é considerável saudável aquele que mantém um bom grau de funcionalidade.

“É um dos parâmetros principais para ver a saúde. Ele consegue fazer tudo o que quer? O idoso pode não conseguir desempenhar com a mesma capacidade do que quando ele tinha 20 anos, mas precisa conseguir fazer o que quer”, explica. “Se não conseguir correr 100 metros rasos, tudo bem, mas se ele quiser andar, tem de conseguir.”

Corpo, mente e socialização

Para ser saudável, então, é preciso cuidar do corpo o quanto antes. “As doenças metabólicas são as de maior incidência na terceira idade. Pressão alta, diabetes, colesterol, osteoporose, problemas na tireoide, osteoartrose e também problemas emocionais, como depressão e ansiedade”, descreve, ressaltando que todas elas são manejáveis e quanto antes forem tratadas, melhor é a qualidade de vida do idoso.

Praticar esportes, segundo o médico, é fundamental para preservar a mobilidade e, de quebra, ajuda também na parte emocional.

“A atividade física, quando trabalhada adequadamente, vai preservar a musculatura e, consequentemente, a funcionalidade física. Dependendo da atividade, também vai trazer benefício no aspecto emocional”, recomenda.

Para completar e atingir o equilíbrio, a vida social é imprescindível aos idosos.

“Uma pessoa que está isolada tem chance maior de ter depressão, de receber menos cuidados. Ela acaba ficando mais largada com a própria saúde, há, inclusive, maior chance de ficar desnutrida, pois quem mora sozinho muitas vezes não vai cozinhar só para si”, alerta.

Além disso, a chance de procurar ajuda médica tardiamente é maior – e há consequências para isso. Ter amigos e se socializar, portanto, é ainda mais indispensável nessa idade.

Cuidar da saúde mental

Dizem que a mente nunca envelhece. Na verdade, é preciso tomar alguns cuidados para que ela se mantenha sempre jovial.

De acordo com o life coach pelo Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) Paulo Cota, um dos problemas que os idosos enfrentam é a falta de metas na terceira idade. “A pessoa chega aos 60 ou 65 anos e pensa: ‘o que eu faço da minha vida agora?’.”

A grande vantagem do idoso é que ele tem tempo livre. “O idoso, atualmente, tem um grande diferencial que é a gestão de tempo. Ele tem todo o tempo do mundo! Ele não sofre mais do fenômeno da ansiedade e tem uma experiência gigante que alimenta a vida dele.”

Quando o idoso se planeja, a saúde mental ganha com isso e transporta a pessoa para uma idade lá no passado, mesmo com o corpo já carregado pelos anos.

“Eu recomendo, quando a pessoa está beirando seus 50 anos, que comece a pensar: se eu me desempregar hoje, ou se eu parar de trabalhar dentro de cinco anos, o que vou fazer? Que faça um planejamento, que se pergunte do que realmente gosta”, diz Cota.

Encontrar uma motivação para acordar todos os dias, por exemplo, é um dos conselhos do life coach. “Tem de fazer algo que dê prazer.”

De acordo com Cota, muitos idosos não morrem por doenças. “Eles principalmente vão a óbito porque não se sentem mais importantes e conectados com o mundo em que estão. Pensam: ‘o que estou fazendo aqui? A única coisa que sirvo é para ser babá do meu neto?’.”

Quando o idoso se redescobre, os 70 anos viram 50. “Não é preciso de dinheiro para cuidar do corpo e da alma.” Dançar, caminhar e apaixonar-se na terceira idade são exemplos, explica o especialista.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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