Conhecimento que salva
Thassio Borges
O Sistema Nacional de Transplante divulgou na última semana os dados referentes à doação de órgãos entre os anos de 2003 e 2013. O aumento de 84% no número de transplantes realizados no Brasil, assim como a alta na quantidade de doadores efetivos, evidenciou o avanço percorrido durante o período no país.
Apesar disso, tanto o Ministério da Saúde quanto as entidades ligadas à causa têm intensificado a agenda de debates para que os números sejam cada vez melhores. Afinal, aqueles que aguardam na fila de transplantes urgem por soluções rápidas e eficazes no sistema de doações.
O cardiologista Roberto Kalil Filho diretor das áreas de Cardiologia do Instituto do Coração (InCor), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e do Hospital Sírio-Libanês, explica que aumentar o número de transplantes pressupõe obviamente uma quantidade maior de doadores e que, para isso, é necessário voltar-se cada vez mais à conscientização das pessoas pela importância do ato.
Engana-se quem pensa, por exemplo, que a estrutura da rede de saúde brasileira seja o principal entrave para um aumento ainda maior do número de procedimentos. A Associação Brasileira de Orgãos (ABTO) frisa que a negativa familiar ainda é o principal motivo para que um órgão não seja doado no Brasil. Números da ABTO apontam que quase metade (47%) das famílias se recusa a doar órgãos de parentes com morte cerebral (e que, portanto, estariam aptos aos transplantes).
Confira depoimento de Roberto Kalil Filho sobre o assunto:
Confira mais vídeos desta série com Roberto Kalil Filho:
Estilo de vida é o principal vilão da saúde, diz Roberto Kalil Filho