Covid-19 e a vacina nasal brasileira: veja como irá funcionar

05 de agosto - 2022
Por: Juliana Fontoura

Desde o início da pandemia de covid-19, em 2020, pesquisadores no mundo todo têm se dedicado à busca de vacinas contra a doença. Hoje, temos imunizantes disponíveis, que já ajudaram a salvar milhões de vidas. Mas estudos para novas alternativas de combate ao vírus continuam.

No Brasil, pesquisadores do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (InCor FMUSP) trabalham, desde março de 2020, no desenvolvimento de uma vacina de aplicação no nariz. Uma das vantagens que o imunizante pode oferecer é a capacidade de desencadear uma resposta na mucosa nasal, “porta de entrada” do vírus no organismo. 

“Isso vai impedir que o vírus infecte as narinas e a mucosa – o que, consequentemente, irá proteger contra a doença e contra a infecção. Ou seja, protege também contra a disseminação do vírus”, explica o médico imunologista Jorge Kalil,  professor titular da faculdade de Medicina da USP, diretor do Laboratório de Imunologia do InCor e coordenador do estudo. Em outras palavras: além de evitar que a pessoa fique doente, há maior proteção contra a disseminação do vírus para outras pessoas. 

De acordo com o pesquisador, há, ainda, outras vantagens: além de ser fácil de aplicar por não ter injeção intramuscular, a vacina também pode ser facilmente adaptada para diferentes variantes. As variantes, aliás, representam um dos desafios para conter a pandemia.

Atualmente, a pesquisa encontra-se numa etapa anterior aos testes em seres humanos. “Nós já temos definido como será a vacina. Agora, temos de fazer as etapas industriais para os lotes-piloto, que têm de ser produzidos em boas práticas de fabricação para serem utilizados em humanos”, explica o médico Jorge Kalil. A expectativa é que a vacina esteja no mercado no próximo ano.

(Imagem: Shutterstock)

Compartilhe:

Dúvidas?
Envie sua pergunta para o

RESPONDE

acesse

Notícias Relacionadas: