Crianças: açúcar não deve ser consumido até, pelo menos, 2 anos de idade

20 de maio - 2019
Por: Equipe Coração & Vida
The sugar lies on the black background
Açúcar vicia e prejudica a formação do paladar dos bebês. Hábitos alimentares da família farão diferença na saúde da criança futuramente Foto: Freepik

Consumir alimentos naturais, orgânicos, não processados e, tampouco, açucarados. Essa é a regra da prática alimentar considerada saudável, e que deveria ser levada ainda mais a sério quando se trata da alimentação de crianças. Desde 2017, o Ministério da Saúde adotou, durante o Encontro Pan-americano de Obesidade Infantil, a proibição formal da oferta de açúcar para crianças de até 2 anos — incluindo bolachas, doces diversos e, sobretudo, refrigerantes e sucos artificiais.

Mas, infelizmente, a medida não surtiu efeito nos lares brasileiros. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), 32,3% de bebês abaixo dessa faixa etária já consomem açúcar — principalmente em bebidas adoçadas artificialmente. A preocupação se dá pelo fato de o paladar começar a ser formado nesta faixa etária. “Isso faz com que a criança ‘acostume’ as papilas gustativas da boca ao paladar doce. O resultado é o número absoluto de células gordurosas no corpo”, explica a endocrinologista e coordenadora do núcleo de obesidade e transtornos alimentares do Hospital Sírio-Libanês, Denise Iezzi.

Sabe-se que a criança nasce com certa predisposição para gostar de um ou outro tipo de alimento, mas a educação e os hábitos alimentares da família farão toda a diferença no futuro. “Daí o incentivo ao combate a obesidade infantil, com grande ênfase aos hábitos instituídos pelos adultos perante esta criança, antes dos 2 anos de idade”, complementa.

Por isso, a oferta e a ingestão de variedade de alimentos naturais, como legumes, frutas, verduras e proteína torna-se essencial. “As medidas comportamentais da família com a criança até os dois anos de idade serão a base de uma vida pré escolar saudável”, enfatiza, Denise. Estudos apontam que a obesidade na adolescência, em 89% dos casos, é resultado de sobrepeso na infância.

A médica destaca, ainda, a importância de que, tão cedo a criança inicie a vida social, não seja incentivada ao sedentarismo. É importante que não passe mais do que duas horas diárias na frente da tevê, computador, games ou tablets.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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