Thassio Borges

O Brasil ainda terá cerca de 30 dias de Verão, uma estação que tem sido marcada por temperaturas cada vez mais elevadas e forte influência de raios solares nas capitais do país. Diante desse cenário, é necessário ressaltar os cuidados que devemos ter com a pele a fim de evitar o surgimento de graves enfermidades, especialmente o câncer no órgão.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deverá registrar em 2014, 182 mil novos casos de câncer de pele não melanoma. Em 2012, a previsão era de 134 mil novos casos, 26% a menos que no ano passado. Este tipo de câncer de pele é o de maior incidência e o de mais baixa mortalidade no país.

Em entrevista ao Coração & Vida, a dermatologista Cristina Abdalla, coordenadora do Núcleo Avançado de Câncer da Pele do Hospital Sírio-Libanês, afirma que indivíduos com pele clara e olhos claros estão mais propensos a desenvolver a enfermidade. “Isso não quer dizer que a pessoa negra não pode ter câncer de pele”, completa a especialista.

Além disso, pessoas com sardas, ruivas e/ou com histórico familiar de câncer também apresentam maiores riscos de desenvolver câncer de pele. Cristina explica ainda que o sol emite três tipos de ondas ultravioletas (A, B e C) durante todo o dia e que todas elas têm capacidade de serem nocivas à pele humana.

“A ultravioleta C não chega à Terra e por isso não causa danos. A ultravioleta A está presente o dia inteiro e a B é mais intensa das 10h às 16h, ocasionando o câncer com maior frequência. Por isso, orientamos que evitem o sol principalmente nesse horário. Além disso, é necessário usar roupas protetoras, protetor solar e procurar sempre a sombra” , explica.

A dermatologista cita também que as crianças devem contar com suplementação alimentar para obter a quantidade adequada de vitamina D, já que têm a pele muito mais sensível que os adultos. “O que recomendamos também é a ingestão de alimentos que contenham a vitamina D e isso serve para pessoas de qualquer idade. São ricos nessa vitamina: peixes, ovos, carnes, leite, fígado, ostras cruas, cogumelo e queijo”, completa.

Por fim, Cristina desmistifica a ideia de que a exposição ao sol é benéfica para pessoas que sofrem com acne. “É comum esse indivíduo acreditar que o sol ‘seca’ as espinhas, pois essa é realmente a sensação que se tem. No entanto, com o tempo, a exposição aumenta a produção de sebo e piora a acne. Definitivamente, tomar sol não é uma boa medida para quem sofre com o problema”, diz.