Saúde mental: saiba mais sobre dependência química e transtorno bipolar

17 de outubro - 2018
Por: Equipe Coração & Vida

Por Thassio Borges

Em 10 de outubro celebrou-se o Dia Mundial da Saúde Mental. A data foi instituída em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental e tem o objetivo de chamar a atenção para os principais distúrbios que acometem e incapacitam (em períodos variados) milhões de pessoas em todo o mundo.

Coração & Vida consultou a psicóloga Maria Alice Fontes e o psiquiatra Mauricio Henriques Serpa, especialistas no assunto, para entender quais são e como se manifestam as principais doenças mentais atualmente. Confira aqui a primeira reportagem sobre o tema.

Procurar ajuda médica quando sentir que não está bem emocionalmente é fundamental para uma boa recuperação - Foto: Shutterstock
Procurar ajuda médica quando sentir que não está bem emocionalmente é fundamental para uma boa recuperação – Foto: Shutterstock

DEPENDÊNCIA QUÍMICA

O que é: é considerada uma relação alterada entre o indivíduo e seu modo de consumir uma determinada substância. Trata-se de uma doença crônica, com comportamentos impulsivos e recorrentes de utilização de determinada substância para obter a sensação de bem-estar e de prazer, aliviando sensações desconfortáveis.

Sintomas: cada substância apresenta sintomas diferentes, mas a dependência química é verificada quando o sujeito precisa usar/consumir quantidades cada vez maiores daquilo que inicialmente já o satisfazia. É a chamada tolerância, quando a necessidade de maiores quantidades para o mesmo efeito é progressiva, enquanto o resultado obtido logo após o uso tem duração cada vez menor.

Tratamentos: é preciso buscar o restabelecimento físico, psicológico e a reinserção social do dependente. “O tratamento da dependência química é muito complexo, e seu sucesso e efetividade estão intimamente ligados ao grau de motivação do indivíduo. Após uma avaliação do quadro, o tratamento mais indicado será discutido junto com o dependente, sua família e a equipe multidisciplinar. A internação é parte do tratamento, e não uma única estratégia. Ela é utilizada com o objetivo de desintoxicar o indivíduo, e não implica na cura da dependência química”, complementa Maria Alice.

Quando ocorre: em qualquer momento da vida adulta, mas indivíduos mais vulneráveis, como adolescentes e idosos, podem ter maior predisposição à dependência química de determinadas substâncias.

TRANSTORNO DE HUMOR BIPOLAR

O que é: é caracterizado pela ocorrência de no mínimo dois episódios de mudança brusca de humor, nos quais o indivíduo apresenta uma perturbação nos níveis de humor e atividade. O período de duração média de um episódio maníaco é de cerca de quatro meses, enquanto que o episódio depressivo pode durar cerca de 6 meses. Há um segundo tipo da doença, que é marcado pela ocorrência de ciclos rápidos de depressão, acompanhados por pelo menos um episódio hipomaníaco (Transtorno de Humor Bipolar II).

Sintomas: é marcado por mudanças abruptas do humor, ou seja, ocasiões em que ocorre elevação significativa dos níveis de humor, de energia e de atividade (episódio maníaco), seguidas de outras em que há rebaixamento destes mesmos níveis (depressão). No episódio maníaco, caracteriza-se a hiperatividade, fala excessiva, diminuição da necessidade do sono, grandiosidade e otimismo excessivo. No episódio depressivo ocorre o contrário, podendo o paciente apresentar até mesmo ideação suicida.

Tratamento: Os dois principais tratamentos são psicoterapia e medicamentos, sendo recomendável combinar os dois.

Quando ocorre: não há uma definição específica, sendo o Transtorno de Humor Bipolar entendido, atualmente, como um dos Transtornos de Humor, grupo do qual também faz parte a depressão.

Leia mais: Viver com transtorno bipolar

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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